Xilogravura: 8 artistas que marcaram a história usando essa técnica  

A história da arte é marcada por muita experimentação, criatividade e pelo uso de diferentes técnicas e materiais. Nesse sentido, alguns assuntos se destacam por englobarem tudo isso, como é o caso da xilogravura e de seus artistas. 

Muito mais antiga do que você pode imaginar, a xilogravura encantou diversas personalidades da cena artística e algumas delas se tornaram expoentes nessa arte. 

Para descobrir quem foram essas figuras importantes, quais artistas que utilizam a técnica da xilogravura no Brasil hoje e, muito mais, basta ler este post até o fim! 

O que é xilogravura? Entenda a técnica!

A xilogravura é uma técnica cuja palavra deriva do grego e que tem como tradução simples a expressão “escrever em madeira”. 

Esse tipo de arte representa um dos métodos de impressão mais antigos da história, sendo que seus primeiros registros remetem ao século V e tem como país de origem a China.

Em linhas gerais, a xilogravura acontece por meio de um processo que funciona como uma espécie de carimbo. 

Para tanto, essa técnica de gravura utiliza uma madeira como matriz que, em seguida, é coberta da tinta e, assim, a sua reprodução acontece sobre um material, como, por exemplo, um tecido ou papel. 

Xilogravura: artistas pioneiros que abraçaram esse método em seus trabalhos

Confira, agora, os principais artistas que fizeram da xilogravura a sua arte.

1. Albrecht Dürer (1471-1528)

Albrecht Dürer foi um artista alemão precursor de várias técnicas e métodos, sendo reconhecido como um dos principais mestres da gravura e da técnica da aquarela. 

A relação do artista com a xilogravura aconteceu logo cedo, no começo de sua juventude. Logo, com criatividade, sensibilidade e muito empenho, ele sofisticou essa técnica e seus trabalhos são considerados revolucionários. 

Crédito: Albrecht Dürer org

2. Hans Baldung (1484 ou 1485-1545)

Hans Baldung foi um artista alemão contemporâneo de Albrecht Dürer e que atuou como um colega desse mestre. 

A ele, se credita, uma das xilogravuras mais famosas da história, a peça que você pode observar logo abaixo. 

Ele também e é conhecido por ser o primeiro a reproduzir essa técnica com tons claros e escuros. Logo, é um dos mais importantes artistas da xilogravura. 

Crédito: Met Museum 

3. Katsushika Hokusai (1760-1849)

Katsushika Hokusai foi um artista japonês bastante conhecido por seu estilo de pintura ukiyo-e (um tipo de xilogravura muito popular no Japão entre os séculos XVII e XIX) e por criar obras que exploram as temáticas de ondas e de montes. 

Ele é considerado um dos grandes artistas da xilogravura por explorar essa técnica de modo delicado e visionário para o período. Produzida no século XIX, a xilogravura “A Grande Onda de Kanagawa” é uma das peças mais famosas da história. 

Crédito: Wikipédia 

Xilogravura: artistas brasileiros populares do cordel 

No Brasil, a xilogravura também tem uma forte história, que foi influenciada pelos traços medievais da cultura portuguesa. 

Assim, essa arte foi traduzida de modo intenso no Nordeste, por meio da xilogravura de cordel. Dessa forma, os nomes mais populares deste estilo têm como base esse gênero da literatura. 

Entre os principais artistas brasileiros da xilogravura, podemos citar:

1. Gilvan Samico ( 1928–2013)

O recifense Gilvan Samico foi um artista autodidata emblemático na história da xilogravura brasileira por compor obras com elevada qualidade técnica baseadas na cultura popular do nordeste. 

Além de reproduzir a sabedoria nordestina, o artista também abordou em seus trabalhos figuras bíblicas e animais fantásticos, tendo o expressionismo como fonte de inspiração e norte para suas composições. 

Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles 

2. José Costa Leite (1927)

José Costa Leite é um dos artistas que utilizam a técnica da xilogravura no Brasil hoje. Teve contato com a literatura de cordel e a gravura em sua terra natal, na Paraíba, quando tinha 20 anos. Depois, desenvolveu seu trabalho em xilogravura, sendo que as primeiras foram feitas no fim da década de 1940. 

Bastante criativo, hoje, o artista tem quase 90 anos e já explorou a arte de diversos modos, talhando madeiras, ilustrando capas e desenhando seus folhetos ao explorar características da literatura de cordel. 

Para conhecer mais sobre o seu trabalho e trajetória, assista ao vídeo abaixo. 

Xilogravura: artistas brasileiros e suas principais obras

Confira agora, alguns artistas brasileiros emblemáticos na história da xilogravura e suas principais obras.

1. Livio Abramo (1903-1992)

Livio Abramo foi um artista brasileiro de grande renome internacional e conhecido como o precursor da gravura moderna do Brasil. 

Bastante influenciado pela estética do expressionismo europeu, o paulista de Araraquara influenciou uma série de gerações, atuando como professor de xilogravura para muitas personalidades artísticas. 

Crédito: Enciclopedia Itaú Cultural 

2. Sérvulo Esmeraldo  (1929-2017)

Sérvulo Esmeraldo foi um artista cearense que brilhou por compor obras de arte cinética de cair o queixo. O seu contato com xilogravura aconteceu logo cedo, na adolescência, no começo de sua carreira artística. 

Assim, em 1951, com pouco mais de 20 anos, criou sua primeira exposição individual com obras de xilogravura expostas no Museu de Arte Moderna de São Paulo. 

Dessa forma, com o decorrer do tempo, o seu trabalho foi se desenvolvendo e conquistando um lugar de destaque na cena da xilogravura brasileira. 

Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles 

3. Tarsila do Amaral (1886-1973)

Tarsila do Amaral dispensa apresentações, não é mesmo? Afinal, ela encabeça a lista de artistas brasileiros mais famosos no exterior. 

Produzindo um trabalho emblemático na história da arte moderna, a criadora de Abaporu mergulhou em diversas experimentações artísticas no decorrer de sua trajetória, dando uma atenção especial à arte da xilogravura. 

Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles 

Ao longo deste texto, você pôde perceber que a relação dos artistas com a xilogravura é antiga e que essa técnica foi bastante prestigiada no Brasil, certo?

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Crédito da foto de capa: Laart