Tarsila do Amaral: conheça a trajetória de uma das artistas mais cultuadas de todos os tempos
Figura fundamental e emblemática para a história da arte brasileira, Tarsila do Amaral foi, inegavelmente, uma das personalidades mais importantes do cenário artístico do país. Considerada uma das peças-chaves da arte moderna e da corrente modernista do Brasil, este ícone também foi essencial para a divulgação do movimento antropofágico brasileiro.
Com um estilo vanguardista e criativo, a artista compôs um trabalho irretocável e multifacetado. Com um sucesso que atravessou gerações, as obras de Tarsila do Amaral são cultuadas por um público imenso. Uma prova disso é que, até hoje, exposições com suas peças atraem multidões.
Quer entender melhor quem foi Tarsila do Amaral, compreender sua importância e conhecer algumas de suas mais famosas obras? É só ler este post até o fim. Boa leitura!
Quem foi Tarsila do Amaral: biografia da artista
Original de Capivari, cidade do interior de São Paulo, Tarsila do Amaral foi uma importante pintora, desenhista e tradutora brasileira. Nascida em 1º de setembro de 1886 em uma família rica, sua infância foi marcada por muito estudo e contato com a natureza. Afinal, passou parte de sua vida em uma fazenda e sua família, bastante tradicional, estimulou que a artista obtivesse conhecimento das mais variadas formas.
Assim, aprendeu a bordar, a tocar piano e a falar francês, além de outras línguas. Em 1901, ingressou no Colégio Sion. Porém, foi na Espanha, mais especificamente em Barcelona, que seu amor pela arte ganhou forma de pintura ao criar seu primeiro quadro, intitulado “Sagrado Coração de Jesus”.
Essa pintura em óleo sobre tela levou quase um ano para ser concluída e foi assinada como “Tharcilla”, seu nome artístico no período.
Crédito: Cultura Genial
Em seguida, retornou ao Brasil e se casou com André Teixeira Pinto, seu primo e, com ele, teve uma filha. Seu marido se opunha fortemente ao trabalho da artista e exigia dedicação exclusiva à família. Logo, avessa a seu conservadorismo. Tarsila do Amaral não somente pediu o divórcio, mas também requisitou a anulação de seu casamento.
Assim, focada em sua carreira e no aprendizado, iniciou seus estudos em escultura com William Zadig, em 1916, e com ele aprendeu a criar modelagem em barro. Em seguida, ampliou seu conhecimento artístico ao estudar pintura, concentrando-se na temática natureza-morta, em 1918, com Pedro Alexandrino Borges.
Foi nessa época que a artista conheceu Anita Malfatti, outra artista fundamental para história da arte brasileira e de quem se tornaria muito amiga posteriormente.
Dois anos depois, em 1920, seguiu para Paris, onde estudou em uma renomada academia. Desta vez, no entanto, a arte foi além da pintura e da escultura já que, nesse local, ela desenhava nus e modelos vivos.
Dois anos depois, em 1922, retornou ao Brasil e esse período se tornou emblemático para a artista, que começou a abraçar ideias modernistas. Isso aconteceu quando ela, apresentada por Anita Malfatti, conheceu os famosos Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade.
Assim, com eles, formou o Grupo dos Cinco, um time icônico que, junto a outros artistas, foi responsável pela propagação do conceito ideológico e artístico da Semana de Arte Moderna de 1922, um evento de arte que anunciou a ruptura do Brasil com o academicismo.
A fase Pau-Brasil e a antropofagia de Tarsila do Amaral
Já em 1923, a artista retornou à Europa junto com Oswald de Andrade, transitando entre diferentes países, como Itália, Portugal e Espanha. Logo, os dois seguiram para Paris, onde a artista estudou com artistas cubistas e, assim, foi influenciada por essa corrente.
Nesse período, conheceu Pablo Picasso e criou laços de amizade com outro gênio do cubismo, o pintor Fernand Léger. Assim, influenciada pelo estilo de pintura do amigo, criou a peça “A negra”, um marco importante que destacou o seu caráter vanguardista ao apresentar uma mulher afro-brasileira nua em um fundo de elementos geométricos.
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
No ano seguinte, já em 1924, junto com modernistas brasileiros e com o poeta Blaise Cendrars, a artista realizou as mais variadas viagens pelo Brasil. Assim, bastante inspirada por esse tema, iniciou sua fase “Pau-Brasil”, composta por obras que apresentavam cores fortes e temáticas relacionadas ao país, como a riqueza da fauna e da flora.
Nesse período, ela também pintou temas relacionados à modernidade urbana dos grandes centros, representados por trilhos e máquinas.
Dois anos depois, exibiu suas peças em mostras de Paris e, nesse mesmo ano, em 1926, casou-se com o artista Oswald de Andrade. Logo, em 1928, aconteceu um dos momentos mais emblemáticos de sua carreira, pois foi nessa data que a artista criou uma de suas peças mais conhecidas, o quadro “Abaporu”.
Crédito: Wikipédia
Concebido com ideias de seu subconsciente e combinado com histórias que ouvia em sua infância, esse quadro foi presenteado a seu marido. Logo, junto com ele, criou o movimento antropofágico, uma corrente que tinha como proposta “deglutir” a cultura externa, assimilá-la e recriá-la por meio da inserção de elementos culturais brasileiros.
Nessa fase, outra importante obra de Tarsila do Amaral foi a peça “O Ovo”, feita em 1928.
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
Principais obras de Tarsila do Amaral
Após a antropofagia de Tarsila do Amaral, a artista realizou uma viagem a até então União Soviética com seu novo marido, o médico Osório César. Logo, influenciada pelas questões sociais, deu início a uma fase que reverenciava essa temática.
Entre as principais obras de Tarsila do Amaral dessa fase estão:
Operários (1933 )
Crédito: Cultura Genial
2ª Classe (1933)
Crédito: Arte e Artistas
Na década de 1930, a artista conheceu o escritor Luís Martins, vinte anos mais novo do que ela. Essa aproximação foi além da esfera artística, já que o casal se apaixonou. Assim, naturalmente, se separou de Osório para se casar com Luís Martins e, com ele, viveu até a década de 1950.
Inquieta e versátil, Tarsila do Amaral, na década de 1940, retomou os estilos de pinturas de outras fases. Assim, exibiu seu trabalho em bienais paulistas e, em 1951, ganhou o “Prêmio Aquisição”.
Já entre as décadas de 1960 e 1970, o sucesso da artista se consolidou. Tanto qu, em 1963, ela se tornou o foco da Bienal de São Paulo e, um ano depois, apresentou-se em na Bienal de Veneza.
Nesse período, já havia se separado de seu último marido e, por apresentar fortes dores na coluna, submeteu-se a uma cirurgia. No entanto, devido a um erro médico, a artista ficou paralítica e assim se manteve até o seu falecimento, que aconteceu em 1973.
Agora que você já sabe quem foi Tarsila do Amaral, dá para concluir por que ela é uma das artistas brasileiras mais conhecidas no exterior, não é mesmo? Aproveite o momento de inspiração para conhecer algumas obras da Laart, uma galeria de arte online que prestigia o trabalho de artistas brasileiros e latino-americanos por meio da venda de gravuras originais e assinadas. Clique aqui e descubra por que as peças do acervo são tão especiais.
Crédito da foto de capa: Isto é
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