Arte cinética no Brasil: artistas e principais obras

O cinetismo surgiu na Europa, mais precisamente na França, a partir da famosa exposição “O Movimento”, que aconteceu em 1955. Logo, se propagou para outros lugares do mundo. Assim, a arte cinética no Brasil também conquistou adeptos por seu caráter vanguardista e inovador.

O que é arte cinética: características principais do movimento

Explorando a temática da ilusão de ótica, essa corrente artística nasceu com a proposta de produzir ou causar a sensação de movimento em suas obras. Entre as principais características da arte cinética no Brasil e no mundo, as de maior destaque são:

• a valorização do movimento e do dinamismo;
• o uso de recursos para causar a sensação e efeitos de movimento como o vento, a água e motores;
• a aplicação de cores, luz e sombra;
• o enaltecimento dos efeitos da luz nas obras de arte;
• a profundidade e a tridimensionalidade das peças;
• a valorização da interação do espectador com a obra;
• a aversão ao figurativismo;
• os formatos simples e repetitivos;
• os efeitos hipnotizadores e de ilusão de ótica;
• obras compostas por elementos geométricos;
• o uso da matemática e da engenharia para a criação das peças.

Nesse contexto, vale destacar que a arte cinética brasileira e mundial apresentam aspectos similares aos da arte conceitual e também da op art. Isso porque essas expressões artísticas têm em comum o conceito de abstração. 

Logo, artistas como Marcel Duchamp, o precursor da arte conceitual, também é considerado um dos grandes representantes do cinetismo.

O mesmo vale para Victor Vasarely que, além de ser considerado um dos maiores expoentes da arte cinética, mudou a história da arte mundial ao explorar a proposta da op art ao máximo e, assim, propagá-la para o mundo.

Agora que você já sabe o que é arte cinética, entendeu o seu conceito e conheceu as principais características desse movimento, basta continuar lendo para saber mais sobre a arte cinética no Brasil e descobrir quem foram seus principais artistas e obras. Boa leitura!

Gosta de saber como as principais correntes artísticas influenciaram a cena artística brasileira? Então, não deixe de ler:

“Arte conceitual no Brasil: conheça suas características, artistas e obras”.

Arte cinética no Brasil: artistas

A arte cinética no Brasil despontou como uma expressão artística na década de 1960 e contou com artistas emblemáticas do circuito nacional, como Ivan Serpa, Luiz Sacilotto, Sérvulo Esmeraldo e Lygia Clark.

No entanto, Abraham Palatnik foi o seu grande precursor. Nascido em 1928, em Natal, no Rio Grande do Norte, esse artista ficou conhecido por produzir pinturas e desenhos icônicos.

Com um espírito além de seu tempo, Abraham Palatnik antecipou tendências. Afinal, antes da arte cinética no Brasil ter o seu início, o artista criou, na década de 1940, algumas peças que apresentavam a questão do dinamismo e do movimento, um dos principais aspectos do cinetismo.

Logo, de maneira inventiva e criativa, o artista nordestino, aliando tecnologia e arte, criou, em 1949, os chamados “aparelhos cinecromáticos”. Tais peças contavam com lâmpadas e a sua movimentação acontecia por meio de um motor. Dessa forma, imagens luminosas e o movimento das cores foram criados.

É fundamental ressaltar que o vanguardismo do artista não foi abraçado pelo circuito brasileiro imediatamente, uma cena que se repete ao longo da história continuamente já que a genialidade, muitas vezes, encontra barreiras de aceitação e, até mesmo, de compreensão. Isto é, e 1951, ao participar de uma mostra em São Paulo, uma de suas peças cinéticas não foi bem recebida pelo júri.

Porém, o artista persistiu em seu conceito e proposta e, já na década de 1960, elaborou uma de suas mais conhecidas produções formadas por “objetos cinéticos”, compostas por formas geométricas recortadas em madeira em várias cores que, presas a fios metálicos, se movimentavam a partir do acionamento de um artefato mecânico.

Lygia Clark também foi um artista que exerceu um papel fundamental na arte cinética no Brasil. Para isso, criou obras de arte que despertavam a percepção sensorial em seus observadores, permitindo, também, uma conexão psíquica com eles.

O seu trabalho “Bichos”, por exemplo, ressaltou bem a questão do movimento do cinetismo ao explorar as alterações dos bichos de modo manipulável.

Arte cinética no Brasil: obras

Confira agora algumas obras importantes de arte cinética no Brasil.

1. “Concreção 5839”, 1958, de Luiz Sacilotto

 Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

2. “Bichos”, de 1965, de Lygia Clark

 Crédito: WikiArt

3. “Objeto cinético”, 1968, de Abraham Palatnik

Crédito:  Enciclopédia Itaú cultural

 4. “Monumento ao Jangadeiro”, 1992, de Sérvulo Esmeraldo

 Crédito: Diário do Nordeste

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Crédito da foto de capa: Último Segundo