Omar Rayo: quem foi esse artista que explorou a linguagem abstrata como poucos?
Omar Rayo foi um renomado artista colombiano que ganhou mais de 200 prêmios em sua carreira e que produziu uma série de obras importantes não só para o circuito artístico latino-americano como mundial.
Entre pinturas, esculturas, gravuras e caricaturas, a ilusão de ótica, as forma geométricas e o rigor técnico caracterizaram a proposta do artista, mas não conseguem explicar a beleza e elevada qualidade técnica de suas peças, uma vez que seu trabalho transcende a isso.
Ele não foi um artista óbvio, tampouco gerou opiniões unânimes. Afinal, sua trajetória foi marcada pela originalidade e pela genialidade, aspectos que, muitas vezes, não são abraçados e nem mesmo compreendidos por todos.
Além da original, não podemos negar o forte aspecto autoral e único do colombiano, visto que tanto as pinturas como as esculturas de Omar Rayo são facilmente reconhecidas por todos. Isso porque apresentam traços singulares, efeitos visuais especiais e jogos de luz e de sombra bastante característicos.
Autodidata e dono de um repertório sem igual, a arte de Omar Rayo desperta sensações e emoções bastante particulares em seus espectadores, uma vez que seu trabalho encanta e atiça a curiosidade de todos por se comunicar tão bem de forma abstrata.
Para conhecer a biografia de Omar Rayo e suas obras, é só ler este post até o fim. Boa leitura!
Omar Rayo: biografia do gênio da ilusão de ótica
Nascido em Roldanillo, um município ao norte do Vale do Cauca, na Colômbia ,em 1928, Omar Rayo demonstra interesse pela arte logo cedo, já na infância, quando tem seus primeiros contatos com o desenho e assim cria vários esboços.
Essa aptidão inata o impulsiona a trabalhar nesse segmento. Assim, em 1947, começa a trabalhar em várias revistas e jornais como caricaturista e ilustrador.
Seu trabalho chama a atenção logo de início, visto que seus desenhos e caricaturas são carregados de humor, sagacidade e, é lógico, contam com elevado senso estético, uma vez que o perfeccionismo também é uma característica forte da personalidade do colombiano.
Já na década de 1950, cria e edita um álbum com vinte caricaturas de figuras célebres e famosas, como Simón Bolívar, Winston Churchill, Charles de Gaulle e Mahatma Gandhi, o qual é bem recebido tanto pelo público como pela crítica.
No decorrer dessa década, segue trabalhando duro e equilibrando suas diferentes atuações.
O espírito nômade do artista e o adeus ao mestre
Considerando o céu como limite, em 1954, ele parte para uma série de viagens na América do Sul. Assim, transita entre Equador, Chile, Argentina, Peru, Uruguai e Brasil e, nessas capitais, deixa a produção de obras em segundo plano e se foca na exposição de suas pinturas e gravuras.
Ávido por conhecimento e por experimentos, estuda e se encanta pela linguagem geométrica abstrata.
Nesse período, conhece outros artistas latino-americanos que também privilegiam essa linguagem, como o venezuelano Carlos Cruz-Díez e o argentino Julio Le Parc . Com eles, realiza uma troca intensa de conhecimento principalmente sobre a arte cinética e a op art.
Em 1958, retorna à Colômbia, mas apenas para se preparar para sua própria viagem: o México. Em terrenos mexicanos, sua pintura se torna ainda mais abstrata e apresenta cores planas e formas geométricas como o círculo, o quadrado e o retângulo, que dialogam entre si e, juntas, contam uma história alinear.
Também começa a explorar mais as cores, principalmente o azul, o verde, o preto, o amarelo, o branco, o vermelho e o cinza e, assim, combinando e harmonizando diferentes tons, dá a luz a efeitos sombreados únicos e vibrantes que causam ilusão de ótica.
Vive no México até 1960 e, em seguida, ganha uma bolsa de estudos em Nova York, local por onde residente durante um tempo.
Assim, intensifica seu trabalho cinético e produz esculturas que parecem dançar aos olhos dos espectadores.
“Minha arte é mágica, é poesia. Sem poesia não pode haver arte ”.
Em 1970, ganha dois prêmios importantes, um em Porto Rico e outro do Salão Nacional de Artistas da Colombina. No ano seguinte, o Museu de Arte Moderna de Bogotá organiza uma exposição com seus trabalhos e, no mesmo período, ele também realiza uma mostra em São Paulo.
Em 1981, funda o Museu Rayo, em Roldanillo, que é considerado um dos museus regionais mais importantes de arte moderna da Colômbia.
A essa altura, as obras e esculturas de Omar Rayo já são aplaudidas e conhecidas internacionalmente. Não é à toa, final, o colombiano conseguiu produzir peças com efeitos ópticos tridimensionais e com cores vivas (e às vezes apenas em branco e preto) de forma icônica.
A sua importância foi tão grande, que a sua morte, em 2010, causou comoção, como mostram as palavras de Rocío Santacoloma, diretor do Museu Rayo que, na época, disse:
“Foi um homem grande, extraordinário, muito generoso com as suas ideias , um intelectual que nos deixa um grande tesouro que devemos valorizar (…) Ele nos deixa um grande legado, um belo museu, mas, ao mesmo tempo, enorme vazio”
6 grandes obras de Omar Rayo
Untitled (Mountains) – 1955
Crédito: WikiArt
Tibacuy – 1969
Crédito: WikiArt
Ibawabi – 1975
Crédito: WikiArt
Gottei VII (sem data)
Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles
Lotus IV (sem data)
Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles
Criatura Abisal (sem data)
Crédito: Contemporart Gallery
As obras desse mestre colombiano podem ser encontradas nos principais museus do Brasil e do mundo, assim como em boas galerias, como na Laart.
A Laart é uma galeria de arte virtual que trabalha com gravuras de artistas brasileiros e latino-americanos e conta, em seu acervo, com milhares de peças assinadas e exclusivas, inclusive com gravuras de Omar Rayo. Clique aqui para conferi-las!
Crédito da foto de capa: Gallery Barcelona
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