lothar charoux

Lothar Charoux: trajetória do artista que deu sensibilidade ao concretismo 

Lothar Charoux foi um artista que transitou entre diferentes estéticas, mas que ficou mais conhecido por seu trabalho construtivista, composto por obras repletas de geometrismo, com cores contrastantes e que, ao mesmo tempo, apresentavam elevada técnica, rigor formal, subjetivismo, conceito e sensibilidade. 

Para conhecer a trajetória do artista em detalhes e descobrir quais são as grandes obras de Lothar Charoux, basta ler este artigo até o fim!

Biografia de Lothar Charoux: da Áustria diretamente para o Brasil

Nascido na Áustria, mais precisamente em Viena, em 1912, Lothar Charoux inicia logo cedo na arte, estudando escultura com seu tio. Porém, não permanece muito tempo em terrenos europeus, uma vez que com 16 anos se muda para o Brasil com sua família e, assim, se fixa em São Paulo. 

Essa mudança não breca o interesse do austríaco pela arte, muito pelo contrário, visto que ele decide formalizar seus estudos. Para isso, se matricula no Liceu de Artes e Ofícios no começo da década de 1930. 

Lá, conhece o grande pintor modernista Waldemar da Costa. Com ele, aprende e aperfeiçoa seu estudo em pintura e elabora telas de paisagens e retratos. Porém, sua estética se diferencia da figurativa, já que traz elementos mais subjetivos da corrente surrealista

Nessa mesma instituição e também no Senai, o austríaco explora outro de seus grandes talentos e, assim, leciona desenho. Em 1947, na Galeria Itapetininga, acontece sua primeira mostra individual. 

A relação do artista com o construtivismo e com o cinetismo 

Até 1947, as obras de Lothar Charoux apresentam bastante diversificação. Porém, no ano seguinte, o seu interesse muda e seu trabalho se volta para as questões construtivistas, explorando a geometria, o cartesianismo e o caráter abstrato em suas peças. 

Para tanto, desenvolve um trabalho focado e organizado. Se para alguns essa estética traz uma certa frieza, o mesmo não acontece com Lothar Charoux, como podemos observar por sua sincera citação:

“Dizem que geometria é um negócio frio, pois eu fervo quando traço uma linha. Quando consegui fazer uma obra com um traço só, fiquei literalmente alucinado”.

O seu interesse pelo construtivismo é tão grande que junto a outros artistas que exploram essa linguagem, como Waldemar de Barros, Luiz Sacilotto e Judith Lauand, se torna um dos pioneiros do Grupo Ruptura, o que acontece em 1952.  

Esse grupo, por meio de uma manifesto, propõe a desconexão do caráter figurativo da realidade e traz como proposta o abstracionismo geométrico. 

Nessa época, produz uma série de trabalhos que relacionam e contrastam a cor negra e a branca e que apresentam figuras geométricas vazadas. Essa técnica faz com que suas telas apresentem uma iluminação diferenciada. 

Assim, ele também se volta para a arte cinética e para o a op art. Contudo, enquanto os grandes mestres do cinetismo como os venezuelanos Carlos Cruz-Diez e o Jesús Rafael Soto exploram técnicas avançadas e ambiciosas, o austríaco se mantém focado no concretismo, desenvolvendo obras que enaltecem o calor da geometria e que valorizam a irregularidade sutil e harmônica de seus traços. 

Com muita destreza e criatividade, Lothar Charoux apresenta uma narrativa em suas peças que combina o equilíbrio e o movimento, traços que dialogam, jogos de luz e efeitos ópticos, o que pode comprovar o brilhantismo de seu trabalho. 

Vale ressaltar que, nessa época, a arte concreta não era bem compreendida por todos e causava uma certa estranheza até em artistas mais desapegados. Isso mostra como Lothar Charoux foi vanguardista e além de seu tempo. 

Apesar da grande preocupação técnica e do compromisso em valorizar a arte para um nível superior, tanto a personalidade como o fazer artístico desse gênio do concretismo apresentavam despretensão e boas doses de humor, características que contaram a história de seus trabalhos e o diferenciaram pela autenticidade e unicidade. 

Já na década de 1970, mais precisamente em 1973, ele funda a Associação de Artes Visuais Novas Tendências. No ano seguinte, recebe uma homenagem do Museu de Arte Moderna de São Paulo, assim simbolizada por uma exposição com uma retrospectiva de suas obras. 

A morte do artista acontece em 1987, aos 75 anos, mas sua importância na história da arte jamais será esquecida. Tanto que, em 2005,  a crítica e curadora Maria Alice Milliet lança um livro em sua homenagem. 

Lothar Charoux: obras mais famosas 

Retrato de Marcelo Grassmann (1947)

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Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Abstrato geométrico (1952)

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Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Composição (1960)

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Crédito: WikiArt 

Concretista I (1974)

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Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles 

Concretista III (sem data)

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Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles 

O que você achou da trajetória e da estética de Lothar Charoux?

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Sabe o que também a Laart faz questão de enaltecer? O trabalho de artistas brasileiros e latino-americanos, como o de Lothar Charoux, que apesar de austríaco, foi uma figura fundamental na história da arte brasileira. 

Tanto que conta em seu acervo com gravuras desse ícone do concretismo. Lembrando que a Lart só trabalha com peças exclusivas, de edição limitada e originais. 

Todas são assinadas e contam com certificado de autenticidade. 

Para conhecer as obras de Lothar Charoux presentes no acervo da galeria, basta clicar aqui!

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