Carlos Cruz-Díez: o mestre das cores e da ilusão de ótica

Considerado um dos artistas mais emblemáticos da arte cinética e da op art, Carlos Cruz-Díez foi um pintor venezuelano que marcou a história da arte. Nascido em 1923, em Caracas, seu trabalho ficou caracterizado pela valorização das cores, movimentos e ilusão de ótica.

Conhecido como “O Mestre das Cores venezuelano”, o artista fez uso do movimento das cores em suas peças para que elas interagissem com o espectador. Assim, Carlos Cruz-Díez conquistou sua fama na arte cinética. Afinal, queria romper com a ideia de que a obra de arte é estática, uma das características do cinetismo.

Op art de Carlos Cruz-Díez: obras e movimento de cores

Ao utilizar a dinâmica das cores em seu trabalho, o artista Carlos Cruz-Díez causava efeitos de ilusão de ótica, um dos fundamentos da op art. Logo, também se tornou um representante dessa corrente.

Assim, explorando a percepção do movimento, as obras de op art de Carlos Cruz-Díez hipnotizam seus observadores. A produção dessa sensação acontece porque o artista criava uma distância entre o que é real e o que é percebido na interação entre o espectador e a peça.

Alguns dos conceitos que dão base à op art de Carlos Cruz-Díez e que são compartilhados por diversos artistas do movimento são:

• as progressões matemáticas;
• o movimento aparente das imagens;
• a participação ativa do espectador na composição final da obra.

Assim, por meio de um diálogo intenso entre cores, contrastes e a presença da dualidade entre a sombra e a luz, Carlos Cruz-Díez produziu suas peças. Para tanto, tornou-se um grande conhecedor da teorias das cores. Dessa forma, a partir da proposta da natureza instável das cores, esse gênio da pintura realizou investigações cromáticas.

Para ele, a cor era muito mais do que um pigmento, era um efeito resultante da luz sobre o elemento em conjunto com a forma de como ela é percebida pelo olhar. Assim, Carlos Cruz-Díez fez bastante uso da fisicromia para revelar a relação entre a cor e o movimento do observador com a intensidade da luz sobre a obra. 

Crédito: Clara Heinrich

Já ao fazer uso da transcomia, o artista mostrou como a cor é afetada pela subtração. Fazia isso sobrepondo transparências variadas. Logo, combinações subtrativas eram oferecidas ao espectador de acordo com o espaço, luz e as cores que o orbitavam.

Crédito: Kienyke.com

Carlos Cruz-Díez e a ilusão de ótica

Por meio da indução cromática, o artista Carlos Cruz-Díez provocou efeitos relacionados à persistência do olhar. Nele, tanto a cor real quanto a induzida estavam presentes. 

Já ao utilizar a cor aditiva, o gênio da ilusão de ótica unia duas cores planas e, assim, as transformava em uma terceira cor, percebida apenas por meio do olhar. 

Feita em serigrafia, a incrível gravura abaixo está no acervo da Laart. Clique aqui e saiba mais sobre ela. 

Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles

Mais um pouco sobre a biografia de Carlos Cruz-Díez

Além de experimentações com cores, o artista Carlos Cruz-Díez também desenvolveu trabalhos de arquitetura e exploração do espaço urbano, por meio de padrões similares aos de suas peças. 

Sua carreira foi marcada por muito trabalho. Assim, a jornada do artista aconteceu entre Paris e Caracas, onde, além de produzir obras, lecionou. Ao longo de sua vida, recebeu diversos prêmios e suas peças fazem parte de diversos acervos do mundo. No Brasil, realizou uma retrospectiva com cerca de 150 obras na Pinacoteca, em 2012.

Ao avaliar sua própria obra, Carlos Cruz-Díez disse: 

 “A cor é ‘uma situação efêmera, uma realidade autônoma em contínua mutação’ e, assim como os fatos, acontece “no espaço e no tempo real, sem passado nem futuro, em um presente perpétuo.”

 Em entrevista ao Globo, o gênio afirmou:

“Foi no mundo das cores em que melhor consegui me expressar. Para mim, cor é algo afetivo… Não existe nenhum suporte lógico para amar ou detestar uma cor.” 

O artista se despediu da vida em 2019, aos 95 anos, um evento que comoveu o seu país de origem e o mundo. As palavras do Ministro da Cultura da Venezuela resumem a importância do gênio: 

“Que todas as cores brilham, vibrem e se saturem em tributo à obra de Carlos Cruz-Díez, o mestre venezuelano da arte cinética.” 

Alguém duvida de que ele realmente tenha sido um mestre das cores? Nós, da Laart, não! Por isso, contamos em nosso acervo com obras originais desse mestre. Todas são assinadas e têm tiragem limitada. Ficou curioso sobre o efeito da ilusão de ótica nas obras de arte? Então, clique aqui e conheça os trabalhos de outros artistas de Op Art. Você irá se surpreender!