Arte cinética: saiba tudo sobre o movimento que hipnotiza e que causa ilusão de ótica 

A arte cinética (ou cinetismo) é uma expressão artística inovadora que surgiu na França a partir da famosa exposição “O Movimento”, em 1955. Explorando a ilusão de ótica e hipnotizando os seus espectadores, o cinetismo é caracterizado por produzir dinamismo às obras ou, pelo menos, causar essa sensação de movimento.

Da Europa, o cinetismo se propagou para o mundo, ganhando adeptos ao redor do globo. Assim, também chamou a atenção de artistas de vanguarda da América Latina e do Brasil. Dessa forma, muitas figuras emblemáticas do cenário artístico abraçaram a proposta do movimento, produzindo obras de cair o queixo.

Quer entender melhor o que é arte cinética e conhecer suas características, principais obras e artistas? Então, leia este post até o fim!

O que é arte cinética: a proposta e o contexto

A arte cinética nada mais é do que um estilo artístico que promove a ideia de movimento. Para isso, emprega os mais diversos elementos visuais e técnicas particulares para dar a movimentação desejada às peças ou, pelo menos, gerar a sensação de mobilidade para seus espectadores.

Presente na pintura, essa corrente se desenvolveu com mais ênfase na arte de esculpir. Nesse contexto, os móbiles artísticos se apresentam como exemplos do cinetismo. Nesse quadro, o artista americano Alexander Calder ganhou notoriedade ao elaborar peças desse estilo que se moviam e produziam efeitos que dançavam em função da luz.

Vale destacar que os artistas da arte cinética trabalhavam com o conceito de abstração, produzindo obras com características da arte conceitual e do op art. Tanto que um dos grandes expoentes do cinetismo, o ícone Marcel Duchamp, também é conhecido como um dos precursores da arte conceitual, enquanto Victor Vasarely, além de ser considerado “o pai do op art”, é também um dos pioneiros da arte cinética.

Nesse cenário, vale destacar que tanto o op art, como a arte abstrata e o cinetismo apresentam propostas bem semelhantes. Isso porque todos esses estilos prestigiam as formas abstratas, o movimento e a dinâmica das obras.  

Além das expressões artísticas citadas acima, outro estilo de arte também valorizou o dinamismo de suas obras. Quer saber qual é? Então, clique aqui para descobrir.

Arte cinética: características

A arte cinética apresenta características que, combinadas, exprimem essa corrente. Conheça agora algumas delas.

• o enaltecimento do movimento;
• a oposição a outros tipos de arte, como a figurativa;
• o emprego da matemática, de elementos geométricos e de engenharia;
• a utilização de recursos para causar efeitos de mobilidade, como água, vento, motores e outros elementos mecânicos;
• a oposição à obra estática;
• a valorização da interação do espectador com a obra;
• o uso de diversos materiais, como metal, arame, vidro, madeira e plástico;
• a profundidade e o caráter tridimensional das produções artísticas;
• o emprego de sombras, cores e a valorização dos efeitos da luz;
• os formatos simples e repetitivos.

Arte cinética: artistas

Os artistas da arte cinética que mais se destacaram foram:

• Marcel Duchamp: pintor, escultor e poeta francês;
• Alexander Calder: artista plástico americano;
• Victor Vasarely: pintor e escultor húngaro;
• Yaacov Agam: pintor e escultor israelense;
• Antoine Pevsner: escultor russo;
• Naum Gabo: escultor russo;
• Pol Bury: escultor belga;
• Jean Tinguely: escultor suíço;
• David Ascalon: escultor e vitralista israelense;
• Carlos Cruz-Díez: pintor venezuelano;
• Andy Warhol: pintor e cineasta americano;
• Theo Jansen: escultor holandês;
• Roy Lichtenstein: artista americano;
• Sérvulo Esmeraldo: escultor, pintor, gravurista e ilustrador brasileiro;
• Abraham Palatnik: pintor e desenhista brasileiro.

Observando a lista acima dá para perceber que o cinetismo fez parte do trabalho de emblemáticos artistas ao redor do mundo, não é mesmo?

Arte cinética: principais obras

Conheça agora algumas das principais obras de arte cinética

1. Roda de bicicleta (1913) – Marcel Duchamp

Considerada uma peça precursora da cinetismo, a obra “Roda de Bicicleta, de Marcel Duchamp é uma das mais famosas desse estilo.

Apresentando uma proposta aparentemente simples, o artista colocou, em seu ateliê, uma roda de bicicleta em cima de um banco de madeira. Assim, com o intuito de provocar, o artista girava a roda e comparava a sua mobilidade com chamas de fogo.

Crédito: Wikiart

2. Arco das Pétalas (1941) – Alexander Calder

O “Arco das Pétalas” é um dos muitos exemplos dos móbiles suspensos – assim batizados por Marcel Duchamp – pelos os quais o escultor americano Alexander Calder ficou famoso. 

Similar à figura de uma árvore invertida e suspensa, essa obra foi composta com arame que simboliza suas pétalas. Nesse contexto, o movimento acontecia quando, no ar, a obra se mexia de modo irregular, chamando a atenção de seus observadores.

Ao criá-la, o artista valorizou tanto o movimento como o dinamismo de seu trabalho, prestigiando não elementos mecânicos, mas sim a própria natureza.

Crédito: Guggenheim

3. Vega III (1957-59) – Victor Vasarely

A obra “Veja III” de Victor Vasarely é também emblemática nesse estilo ao causar a ilusão de movimento. Ou seja, essa peça não se move realmente, apenas apresenta uma sensação de mobilidade.

Para isso, o artista usou o padrão preto e branco para gerar essa ilusão.

Crédito: Guggenheim

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