8 pintores negros que marcaram a história da arte
Quando pensamos sobre cultura e refletimos sobre a contribuição dos negros é comum que venham à mente manifestações musicais e seus artistas. No Brasil, é habitual pensarmos em Carnaval, por exemplo. Ou seja, dificilmente relacionamos, de imediato, arte com pintores negros.
Trata-se de um grande erro, pois a história conta com mestres das artes plásticas afrodescendentes tanto em nível nacional como internacional. Para conhecer seus principais representantes e obras de pintores negros, basta ler este post até o fim!
4 artistas negros pintores internacionais que merecem destaque
Confira, agora, quatro artistas negros pintores internacionais que marcaram a história.
1. Jean-Michel Basquiat (1960-1988)
Jean-Michel Basquiat foi um artista americano que explorou, como ninguém, a temática do preconceito em suas obras. Ficou conhecido, primeiramente, por seus grafites. Depois, suas pinturas neo-expressionistas roubaram a cena.
Para isso, compôs, com um talento único e incomparável, obras que denunciavam a questão étnica, principalmente a discriminação do negro na sociedade e na arte.
Uma das mais peças mais famosas desse célebre pintor é “Ironia do Policial Negro”. Nessa pintura, o artista critica o racismo de modo veemente.
Crédito: Jean Michel Basquiat
2. Kerry James Marshall (1955)
Com obras espalhadas pelos principais museus dos Estados Unidos, Kerry James Marshall, artista americano, retrata a história da identidade negra e seus obstáculos por meio de pinturas, instalações, fotografias, colagens e vídeos.
Atuante no mercado há mais de 35 anos, Kerry James Marshall tem em seu portfólio desde retratos inspirados no renascimento até peças mais conceituais e abstratas.
Porém, independentemente da corrente artística escolhida, um ponto em comum é sempre destacado em suas peças: a negritude e o seu papel na arte e na sociedade, como você pode observar abaixo, por meio da tela de 2009, que é uma das obras negras mais relevantes da arte contemporânea.
Crédito: Ceert
3. Kehinde Wiley (1977)
Conhecido, em círculos artísticos, como “Leonardo da Vinci do hip-hop”. Kehinde Wiley é um dos pintores negros mais famosos da atualidade.
O artista plástico americano ficou mais conhecido por pintar o retrato do presidente Barack Obama. Porém, sua trajetória já vinha sido traçada e aplaudida muito antes, sempre colocando o negro no centro de sua narrativa.
Com uma arte que tem como pano de fundo a política e o fato dos afrodescendentes serem excluídos constantemente, o artista aposta no empoderamento de seu povo e, assim, promove a reflexão.
Crédito: Wikipédia
4. Jacob Lawrence (1917-2000)
Jacob Lawrence foi um pintor americano que ficou mundialmente conhecido por retratar, de forma sublime e poética, os negros e seus caminhos. Compondo obras com claras influências cubistas, Jacob Lawrence incorporou às suas pinturas a vida do negro do Harlem, seu local de nascimento.
Assim, com cores vibrantes, deu vida à experiência afro-americana em suas telas. O artista também foi um importante educador.
Crédito: Forbes
4 pintores brasileiros negros mais icônicos
Conheça, agora, os pintores brasileiros negros mais importantes de nossa história e suas obras mais emblemáticas.
1. Arthur Timótheo da Costa (1882 — 1922)
Nascido no Rio de Janeiro, em uma época que a escravidão estava em vias de ser formalmente abolida, Arthur Timótheo da Costa fez de sua arte o seu ganha pão em um período marcado pela discriminação e pouca valorização da identidade afro-brasileira.
De origem humilde, o carioca frequentou a Escola Nacional de Belas Artes, o que, como você pode imaginar, não era comum na época.
Logo, combinando talento e conhecimento, produziu obras de elevada qualidade técnica, assim retratadas tanto por paisagens, como por retratos do cotidiano e também da identidade afro.
Presente hoje no MASP, a peça “O Menino”, de 1917, configura, hoje, uma das obras de pintores negros brasileiros mais expressivas de nossa história.
Crédito: Wikipédia
2. Estêvão Silva (1844- 1891)
Estêvão Silva jamais poderia estar de fora dessa lista de pintores negros mais importantes da história tupiniquim. Afinal, o carioca foi o primeiro afrodescendente de destaque a se formar pela Academia Imperial de Belas Artes.
Com quadros que abordavam constantemente a temática de natureza-morta, Estêvão Silva foi considerado um dos grandes pintores da arte brasileira desse estilo.
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
3. Wilson Tibério (1920-2005)
Wilson Tibério foi um artista gaúcho que provou que questões como raça e cor nada têm a ver com talento. Isso porque mesmo tendo nascido em uma época em que a discriminação era escancarada, esse pintor brasileiro conseguiu mostrar, por meio de suas peças, com sensibilidade e técnica, a relevância e o valor de seu trabalho.
Assim, o gaúcho conseguiu ingressar na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, logo, seu trabalho chamou tanto a atenção, que ele ganhou uma bolsa para estudar na França.
Além de artista, Wilson Tibério foi um forte ativista, se envolvendo em situações políticas e sociais que o sensibilizaram de forma intensa. Dessa forma, explorou esses temas em suas obras, dando ênfase à cultura afro-brasileira em suas pinturas.
Crédito: Geledes
4. Emanoel Araújo (1940)
O baiano Emanoel Araújo, além de ser um dos mais conhecidos pintores negros da atualidade, também é gravador, escultor e curador.
Bastante envolvido com questões sobre a identidade e a cultura do negro no Brasil, o baiano é dono de um legado único, assim formado por peças em pinturas que exploram essas e outras temáticas, como por gravuras e xilogravuras.
Ganhador de diversos prêmios, Emanoel Araújo já expôs em várias galerias e museus ao redor do globo, assim como já foi diretor da Pinacoteca. Ele também fundou o Museu Afro Brasil, onde atua até hoje como diretor.
Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles
A Laart conta com obras desse importante artista. Quer conhecer algumas delas? É só clicar aqui!
Além de gravuras de Emanoel Araújo, há, no acervo da Lart, obras de muitos outros artistas brasileiros e latino-americanos. Só para você ter uma ideia, são mais de 15.000 peças.
Crédito da foto de capa: Laart
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