o que é arte conceitual

Arte Conceitual: o que é, quais são suas características e artistas mais famosos?

Arte conceitual. Você, como bom apreciador de arte, já se deparou com esse termo algumas vezes, certo?

E, mesmo tendo ficado curioso sobre o seu significado, acreditou ser difícil compreendê-lo? Pois saiba que não é o único, uma vez que a arte conceitual está no imaginário de muitos como um tema complexo e acessível para poucos.

No entanto, a realidade não é bem essa. Quer saber mais sobre o que é arte conceitual e conhecer as suas características, artistas e obras? Então, leia o artigo até o fim!

Afinal, o que é Arte Conceitual?

A arte conceitual nada mais é do que uma vanguarda artística contemporânea que teve seu início na década de 1960, alcançando o seu auge na década posterior na Europa e nos Estados Unidos.

Baseado na ideia de que o conceito por trás do trabalho é mais importante do que a própria estética do objeto, esse movimento prioriza a ideia em detrimento do visual.

Respaldado na concepção de que a essência da arte é a sua própria definição, a arte conceitual considera a linguagem o seu principal material artístico. Além disso, critica a crença de que os valores estéticos possam se sustentar por si mesmos (formalismo), e propõe a autonomia da obra.

Como surgiu a arte conceitual?

O pintor e escultor francês Marcel Duchamp é considerado por muitos estudiosos o precursor da Arte Conceitual. O artista apresentou, entre 1910 e 1920, vários exemplos de trabalho que se tornariam o protótipo das obras conceituais, os chamados ready-mades, desafiando qualquer tipo de categorização.

Anos depois, em 1961, o filósofo e escritor americano Henry Flynt usou o termo Arte Conceitual entre as atividades do Grupo Fluxus (movimento que se opunha aos valores burgueses, às galerias e ao individualismo).

Neste texto, o artista destacou o fato de a arte estar fortemente ligada ao discurso do artista e à interpretação de quem a admira. Assim, essa expressão se fortaleceu e se propagou ao redor do mundo, caindo também no gosto dos brasileiros.

O vídeo abaixo explica, de forma descomplicada, o que é arte conceitual e por que ela pode ser representada por um objeto tão simples como uma cadeira! Confira (com legendas em inglês).

Características da Arte Conceitual

A Arte Conceitual apresenta características distintas e complementares. São elas:

  • A importância do conceito: a valorização do conceito, das ideias e dos pensamentos, sendo eles mais importantes do que o objeto e a sua representação física;
  • Estética não é o principal: a estética fica fora do foco, deixando de ser prioridade;
  • O rompimento com o formalismo: por meio da contracultura, a arte conceitual movimentando-se contra o status quo da arte com o objetivo de inovar;
  • O caráter eclético no uso de materiais e recursos: vídeos, instalações artísticas, performances, fotografias, textos e colagens fazem parte de alguns dos possíveis materiais usados;
  • A valorização da arte figurativa;
  • O desenvolvimento significativo de outras formas de expressão, como o grafite e a arte postal;
  • A utilização da ironia e da sátira;
  • As obras feitas com o intuito de explorar e denunciar: o artista visa explorar, questionar e denunciar a realidade, usando temas sociais, políticos e econômicos;
  • A definição de limites do “fazer artístico” baseado em “o que é arte?”;
  • O culto à antiarte: por meio do radicalismo, o artista promove uma revolução nas formas convencionais de fazer arte;
  • A popularização da arte como um meio de difusão de mensagens;
  • A crítica ao mercado da arte e ao consumo;
  • A contrariedade ao minimalismo artístico;
  • O desapego do artista em relação à obra;
  • O estímulo à partição do público.

Arte Conceitual: artistas e suas obras

Muitos artistas se destacaram na Arte Conceitual, expondo suas ideias e causando forte impacto tanto na época, como nos dias de hoje. Agora que você já sabe o que é arte conceitual, conheça agora alguns deles e suas obras.

Marcel Duchamp

Como já mencionado, Duchamp (1887-1968) é considerado um dos precursores da Arte Conceitual. Por meio do ready-made, o seu maior conceito criativo, Duchamp introduziu objetos do cotidiano os elevando à categoria de obra de arte, com o propósito de chocar e romper com o cartesianismo.

O seu ready-made mais famoso e polêmico foi um urinol apresentado como arte em um museu, que ficou conhecido como “A Fonte”, talvez a mais icônica obra de arte conceitual. Por meio dele, Duchamp provocou os espectadores a refletirem sobre suas ideias preconcebidas a respeito da arte. Isso aconteceu em 1917, o que mostra a natureza vanguardista do artista. Uma de suas famosos citações foi:

“Será arte tudo o que eu disser que é arte”

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Crédito: Wikipédia

Piero Manzoni

Assim como Duchamp, o italiano Piero Manzoni (1933-1963) também questionou a arte ao criticar a produção de consumo em massa. É célebre sua obra “Merda de Artista” (1961), um manifesto direto às galerias.

Essa arte era composta por latinhas que continham as próprias fezes do artista e que valiam o seu peso em ouro. Os rótulos continham informações como peso, conservação e a data de fabricação do produto, além da numeração e da garantia de autenticidade. Segundo fontes, algumas dessas latas estufaram e outras vazaram devido ao processo de corrosão. Há indícios também de que as latas, na verdade, continham gesso.

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Crédito: Tate

Robert Rauschenberg

Caracterizado por aliar o expressionismo abstrato, a Pop Art e a arte conceitual, o americano Robert Rauschenberg (1925-2008) trabalhava com eliminação de fronteiras, sem rejeitar os métodos tradicionais, já que nem pensava em adotá-los.

É considerado um dos artistas de vanguarda da década de 1950, pois foi nessa época que deu início ao combine painting, uma técnica que incorporava objetos às pinturas. Esse trabalho expunha uma visão tridimensional e completa da peça, por estar subdividida e levar o espectador a debruçar-se sobre ela. Para o artista, era a mente do observador que formava a imagem, logo, a obra.

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Crédito: Wikipédia

Yves Klein

O pintor francês Yves Klein (1928 -1962) ficou conhecido por ser polêmico e inovador. Antecipando tendências atuais da arte conceitual, o artista flertou com as mais diversas manifestações artísticas, transitando entre a pintura, literatura, fotografia e música. Propondo novas formas de fazer arte, Yves Klein marcou o início da pós-modernidade.

“Saut dans le vide” é o nome de uma das obras mais famosas de sua carreira. Ao propor um salto no vazio, o pintor revelou a sua forma de pensar, sendo considerado um dos precursores das performances artísticas e da Arte Conceitual.

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Crédito: Wikipédia

Joseph Beuys

O artista alemão Joseph Heinrich Beuys (1921-1986), um ícone da arte conceitual, desafiou o establishment com declarações e obras contundentes. Para ele, as obras de arte eram tão efêmeras como a vida. Por isso, nunca teve a intenção de criar peças para a eternidade, mas sim, para promover a reflexão.

Na arte “Como explicar quadros a uma lebre morta”, o artista caminhou por uma galeria durante três horas carregando o animal. A sua performance tinha como meta mostrar para o público a necessidade de compreender a arte de modo espiritual e intelectual.

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Crédito: Wikipédia

Joseph Kosuth

O americano Joseph Kosuth (1945) também é um dos mais conhecidos artistas da arte conceitual. Indagador e provocativo, ele criou, em 1970, a exposição “Informação”, que colocava a arte como fonte de informações, e não como concepção estética.

Nessa mostra, Kosuth questionou como as representações e os relatos de certo tema se relacionavam com o próprio tema, por meio da arte “Uma e Três Cadeiras”. Estimulando o espectador com a forma física e verbal do objeto, o artista pedia a ele que analisasse o fato de que arte e cultura são forjadas por meio da linguagem e dos significados, em vez de serem construídas por meio do estilo e da beleza.

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Crédito: WikiArt

Arte Conceitual no Brasil

Os elementos contraculturais da Arte Conceitual também conquistaram a cena artística do Brasil, que recepcionou o movimento com entusiasmo a partir da década de 1970. Essa época foi marcada pela exigência maior dos artistas em relação à participação do público. Outro fato importante desse período foi que até as mais conservadoras das instituições começaram a dar espaço para essas novas linguagens.

Outro acontecimento que merece destaque é que a expressão dessa arte foi utilizada como uma arma poderosa para criticar o regime militar. O uso de grafite e da arte postal também foi empregado nessa nova proposta, encabeçada por artistas como: Claudio Tozzi, Regina Silveira e Sirón Franco.

Outros artistas brasileiros de renome também fizeram história com suas obras na arte conceitual. Amilcar de Castro, Lygia Clark, Cildo Meireles, Leda Catunda e Iole de Freitas são bons exemplos.

Satisfizemos sua curiosidade sobre arte conceitual? Esperamos que sim! Você sabia que a Laart conta com obras de famosos artistas desse movimento? Todas elas apresentam certificado de autenticidade e podem ser enviadas para todos os lugares. Clique aqui e conheça as gravuras conceituais de nossa galeria.

Crédito da foto de capa: Laart – Foto de Joca Meirelles.

 

 

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