A veia performática de Ivald Granato e suas contribuições para arte
Se Flávio de Carvalho é considerado o primeiro performer brasileiro, podemos dizer que o segundo representante célebre direto tenha sido Ivald Granato. Inquieto, curioso e dono de uma vivacidade única, ele foi o autor de happenings históricos, como o icônico “Mitos Vadios”.
A biografia de Ivald Granato revela evolução e experimentação, visto que seus primeiros passos na arte brasileira se mostraram mais convencionais e até um pouco tímidos.
No entanto, a experiência, a indignação com o mundo e o conhecimento tomaram lugar. Elas culminaram em narrativas atrevidas que apresentaram um mix incrível de fantasia e realidade.
Sua busca constante pela novidade e pela imprevisibilidade, e a necessidade de levar para a arte sempre um sentido criativo, em que o risco e a inconsequência se completavam e traziam efemeridade, foram algumas das “fórmulas” que o artista lançou mão para se expressar de forma singular e retumbante.
Além de performer, apresentou uma trajetória brilhante na pintura, na gravura e na escultura.
Curioso em conhecer a biografia de Ivald Granato e suas obras? Então, não desgrude deste texto! Boa leitura.
Biografia de Ivald Granato: o início e seu potencial transformador
Nascido em Campos dos Goytacazes, um município do interior do Rio de Janeiro, em 1949, Ivald Granato decide que a arte deve fazer parte de sua vida logo cedo. Tanto que em 1966, aos 16 anos, impressionado pelo talento de Pablo Picasso e Georges Braque e pela estética vanguardista do cubismo, decide estudar pintura. Assim, um ano depois, ingressa na Escola de Belas Artes da capital carioca.
Porém, não permanece muito tempo lá. Apesar da curta passagem, o seu fazer artístico é múltiplo e intenso, visto que, em apenas três anos, produz inúmeras pinturas e realiza diversas intervenções.
O seu interesse também se expande para a litogravura, um estilo de impressão baseado em desenhos sobre uma matriz porosa, que conta com uma ferramenta gordurosa para criar o desenho.
No começo, sua pintura traz elementos surrealistas e uma estética mais clássica. Entretanto, essa narrativa não dura muito tempo, uma vez que a vontade do artista fluminense de ironizar e chamar a atenção ganha novo status.
Dessa forma, sua pintura se direciona para o contexto da figuração, porém foge totalmente do óbvio. Assumidamente comercial, seu trabalho incita e apresenta humor e sátira.
Nesse sentido, é fundamental ressaltar que sua pintura transcende tanto em aspectos interpretativos, como em termos criativos e técnicos. Ela revela uma sensibilidade emotiva e uma técnica ágil de pintar, que favorece não só a multiplicidade de cores, como também os traços e a matéria.
Em 1970, em busca de aperfeiçoamento e para ter contato com novas estéticas e culturas, viaja para a América Latina para estudar colorimetria, um conjunto de técnicas que envolve o estudo profundo das cores.
Ivan Granato e as performances
Com o objetivo de propagar sua arte e de incluir a participação do público em seu trabalho, ainda na década de 1970, sua veia performática ganha força e ele começa a realizar uma série de trabalhos nesse sentido.
Um dos principais é “Mitos Vadios”, de 1978, que conta com a presença de outros célebres artistas, como Lygia Pape e Hélio Oiticica. Esse happening acontece em um estacionamento da Rua Augusta (São Paulo).
Combinando irreverência e deboche, essa performance tem como objetivo exercer a liberdade criativa em seu mais alto grau. Considerando que, nesse período, a censura do regime militar se faz ainda presente, é possível compreender a coragem e o atrevimento desses artistas e seus anseios de destacar a livre expressão.
Apesar de centralizar o seu trabalho em performances, Ivald Granato continua pintando. Suas pinceladas rápidas, contornos imprecisos e traços alineares revelam uma vontade de elevar a arte. Nesse período, suas telas trazem imagens fálicas e viscerais.
Já no início da década seguinte, se associa a José Roberto Aguilar, um artista conhecido por explorar temas urbanos que envolvem sexualidade, pluralidade e todos seus códigos e signos.
Com ele, participa de eventos da Banda Performática, que apresenta um misto de pintura com teatro, circo e música. Nessa época, sua pintura fica caracterizada pela estética da pop art.
Em 1990, viaja para o Japão e participa da Trienal de Osaka.
Em sua trajetória, o reconhecimento acontece por meio de prêmios. Ele recebe condecorações como melhor ilustrador e também o Prêmio Jabuti pele desenho da capa de um livro.
A morte do artista acontece de maneira contrária a sua trajetória, uma vez que o Ivald Granato se despede da arte e da vida, de maneira serena, dormindo.
Ivald Granato: obras mais famosas
As obras de Ivan Granato podem ser encontradas em diversos museus brasileiros e internacionais. As principais são:
Sem Título
Crédito: G1
Sem Título
Crédito: Folha de S.Paulo
O Capeta de São Paulo
Crédito: Escritório de Arte
Divisão de Pistoletto
Crédito: Catálogo das Artes
Figura
Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles
Impossível ficar impassível diante das obras e da trajetória de Ivald Granato, não é mesmo?
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Crédito da foto de capa: Veja SP
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