lygia pape

Quem foi Lygia Pape e sua arte como experimento dos sentidos

Lygia Pape (1927-2004) foi um dos principais nomes da arte brasileira contemporânea. Com criatividade e habilidade, essa artista neoconcretista deixou um legado único. Seu trabalho não só questionou a estética da abstração geométrica como enfatizou os sentidos e a interação do público.  

Essa participação do público foi fortemente representada por meio de Pape, Divisor (1968), uma dos trabalhos mais emblemáticos da artista. Contando com um grande tecido branco com furos dispostos para as pessoas colocarem suas cabeças, essa performance buscou retratar a liberdade pessoal dentro da sociedade.

“Eu sempre quero inventar uma nova linguagem que seja diferente para mim e para os outros”.

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Crédito: Michael Nagle para The New York Times

Nascida em 7 de abril de 1927, no Rio de Janeiro, Lygia Pape se une ao movimento da Arte Concreta aos 20 anos. Poucos anos depois, no entanto, a artista, juntamente com os contemporâneos Ferreira Gullar, Hélio Oiticica e Lygia Clark, o abandona para ser uma das protagonistas do novo e experimental movimento neoconcreto. 

Durante a década de 1970, o trabalho de Lygia Pape apresenta um caráter voltado para a cultura pop brasileira, já que, nesse período, a ditadura militar (1964-1985) censurava, oprimia e inibia a liberdade de expressão. Assim, por meio de vídeos e instalações, a artista criticava, de modo metafórico, o regime ditatorial.

Atualmente, seus trabalhos podem ser encontrados no:

  • Museu de Arte Moderna de Nova Iorque;
  • Museu Nacional Reina Sofia, em Madrid;
  • Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, no Porto, Portugal;
  • em galerias de arte para venda, como a Laart.

Breve biografia de Lygia Pape

Lygia Pape nunca havia estudado arte quando se juntou ao Grupo Frente, um movimento cujos membros incluíam Lygia Clark e Hélio Oiticica. Com o lema “liberdade de experimentação”, o grupo buscava romper com os dogmas da arte tradicional.

Nesse período, as pinturas de Lygia Pape apresentam linhas oblíquas e tortuosas em campos brancos, o que mostra a forte inspiração da artista no construtivismo soviético. Seus relevos retratados em meados da década de 1950 chamam a atenção, pois indicam que “o todo” jamais pode ser notado por meio de um único ângulo.

O seu engajamento com a forma pode ser observado por seus desenhos de linhas exatas e belas estampas em preto e branco. É dessa maneira que a artista mostra traços de modernização, muito parecidos com os de Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx.

Em uma época em que os artistas paulistas adotam uma abstração mais rigorosa, Pape e seus colegas Clark e Oiticica se mostram mais sonhadores. No entanto, em 1959, passam a dar mais ênfase ao modo experimental e, assim, priorizam:

  • participação;
  • sensualidade;
  • integração da arte na vida cotidiana.

Em 1960, Pape cria o design das embalagens de todos os produtos da Piraquê, assim como desenvolve um novo formato de embalagem, que é usado até hoje por diversas outras empresas do setor.

lygia pape piraquê
Crédito: As Mina da História | Criação de Lygia Pape para Piraquê

Lygia Pape e o Movimento Neoconcreto

Os neoconcretistas acreditavam que a arte não era apenas o mero objeto, mas que o transcendia, tornado-se algo novo. Assim, os artistas desse movimento tinham como objetivo criar novos espaços, nos quais as obras seriam seres vivos com os quais fosse possível se relacionar e experimentar por meio dos sentidos.

Logo, para uma experiência completa, as obras geralmente exigiam a participação ativa do espectador.

Principais obras de Lygia Pape

Inegavelmente, Ttéia 1C de 2002, é uma das principais obras de Lygia Pape. Pertencente à  última fase de sua carreira, a concepção deste trabalho teve início em 1977, mas apenas no final da década de 1990 e começo dos anos 2000 foi finalizada. Atualmente, essa performance está em exposição permanente na Galeria Lygia Pape em Inhotim.

Ttéia é exemplo do formato ao qual Pape dedicaria boa parte do seu trabalho naquele período: grandes instalações com fios metalizados unindo elementos da arquitetura. 

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Crédito: Inhotim – “Ttéia 1C”

Lygia Pape teve sucesso em todos os projetos que realizou, seja como gravadora, pintora, escultora, cineasta ou professora. Produziu intensamente até a sua morte, em 3 de maio de 2004 no Rio de Janeiro.

“Eu gosto de ambiguidade. Não gosto da arte fechada em si mesma. Detesto verdades absolutas.” 

Genial a visão de Lygia Pape, não é mesmo? Incrível também é o acervo da Laart. Você sabia que possuímos obras originais dessa artista, de Ferreira Gullar, de Cildo Meireles e de tantos outros nomes importantes do Brasil e do mundo? Pois é! Todas vêm com certificado de autenticidade. Bárbaro, não é mesmo?

Não importa se você é um colecionador de arte, um entusiasta ou se apenas quer aumentar o seu conhecimento, na nossa galeria de arte online, você tem acesso a um repertório maravilhoso de gravuras. Uma delas, com certeza, fará a sua cabeça!

 

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