nelson leirner

Nelson Leirner: quem foi esse artista que abalou as estruturas do circuito artístico? 

Questionador, irônico e sagaz, essas características podem traduzir um pouco a alma de Nelson Leirner, um artista que ousou debater sobre o narcisismo do circuito artístico e que promoveu reflexões profundas não só sobre as convenções artísticas, mas também de seus agentes, como a sociedade e a política. 

O artista participou de mais de 20 salões de arte e teve suas mostras apresentadas no Brasil e em outros lugares do globo, como Estados Unidos, Japão, França e Itália.

Com um espírito inquieto e uma irreverência mordaz, o artista Nelson Leirner ousou provocar em uma época marcada pelo medo e pela opressão, que foi a da ditadura militar. 

Foi censurado e recebeu fortes críticas de especialistas em arte, mas isso não o impediu de seguir uma carreira baseada no inconformismo corajoso e no questionamento constante. 

Com uma imaginação fértil que ultrapassou todas as fronteiras artísticas, ele produziu obras dos mais diversos gêneros, como desenhos, serigrafias, objetos, telas, esculturas, vídeos, assim como também promoveu apresentações de performance na arte e instalações. 

Além disso, como professor, formou uma geração de artistas icônicos, que conheceram a sua abordagem pouco convencional, que incomodava ao propor reflexões fora da caixa e da zona de conforto. 

Responder “quem foi Nelson Leirner” é impossível e, de certa forma, é ato injusto. Isso porque ele não só se reinventou durante toda sua vida, como nunca se contentou com respostas óbvias e superficiais. Dessa forma, deixou um legado singular, composto não só por obras, mas por ideias que jamais serão esquecidas. 

Para conhecer um pouco a biografia do artista, suas obras, propostas ,conceitos e o figurativismo abstrato de Nelson Leirner, basta ler este post até o fim. 

Biografia de Nelson Leirner: conheça a trajetória do artista

O artista Nelson Leirner nasceu em São Paulo no ano de 1932. Filho da escultura Felícia Leirner e do empresário Isaí Leirner, que foi diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o paulista foi influenciado pela arte moderna desde cedo, convivendo com pinturas de Tarsila do Amaral e de outros célebres artistas. 

Na adolescência e no começo de sua vida adulta morou nos Estados Unidos, onde estudou engenharia têxtil. No entanto, não concluiu o curso, pois a sua alma já tinha despertado para o subjetivismo e conceitualismo artístico. Assim, em 1956, começou a estudar pintura. 

Alguns anos depois, em 1961, retornou ao Brasil, e logo fez sua primeira exposição individual. No começo da década de 1960, suas obras flertavam com a arte abstrata, mas depois contaram com um caráter mais próximo à estética dadaísta, assim expressas por meio de peças construídas com elementos recolhidos nas ruas. 

Vale destacar que seu trabalho foi bem aceito pelo fato de seus pais serem personalidades importantes do circuito artístico. Assim, fervorosos críticos de arte e figuras do alto escalão de museus abraçavam as peças do artista. Contudo, ele se recusou a fazer parte dessa jogada e, corajoso e polêmico, foi na contramão do sistema. 

Como resultado disso, o artista Nelson Leirner produziu um conjunto de trabalhos chocantes, que atacavam obras primas da história da arte, uma proposta que também fez parte de seus trabalhos mais recentes. 

nelson leirner

Crédito: Exame

Em 1966, junto com Frederico Nasser, Carlos Fajardo, Wesley Duke Lee, José Resende e Geraldo de Barros, fundou o Grupo Rex e uma galeria de mesmo nome. 

O grupo questionava e criticava o sistema de arte. Assim, apresentou peças com fortes características da pop art, exageradas e chamativas, que contestavam a lógica da arte e criticavam o narcisismo das relações e desse mercado. 

Um ano depois, enviou sua obra “Porco Empalhado” para um salão de arte moderna de Brasília. Para sua surpresa, o júri aceitou o seu trabalho e ele, em vez de comemorar o fato, apresentou uma visão fora da caixa, pois questionou o veredito do júri. 

biografia de nelson leirner

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

Nesse sentido, sua atitude teve uma conotação que foi muito além da arte. Tratou-se de uma ação política. Isso porque o artista contestou os critérios da seleção e, dessa forma, tentou quebrar com os paradigmas do circuito artístico.  Assim, desvendou as relações de poder que faziam parte desse tipo de julgamento. 

Nesse mesmo período, o Grupo Rex finalizou suas atividades. O simbolismo desse término foi marcado por uma exposição do artista, que contou com uma performance de despedida. 

Nela, o artista promoveu a participação do público, dando a permissão  para que as pessoas retirassem obras da parede e que ficassem com elas, um evento que causou um verdadeiro tumulto. 

A arte polêmica do artista Nelson Leirner 

Em 1968, no auge da ditadura militar e no contexto do AI-5, o artista, inspirado na pop art, espalhou pela cidade de São Paulo, o trabalho “Aprenda Colorindo Gozar a Cor”. 

Nele, cartazes presentes em mais de 200 pontos da capital paulista mostravam mulheres com expressões que remetiam ao sexo. Assim, inconformado com a censura, o paulista produziu uma série de peças contra o sistema durante a década de 1970.

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Crédito: MAM

A sua crítica ao regime militar não parou por aí, já que Nelson Leirner também se recusou a fazer parte de bienais. 

No entanto, mesmo com o término da ditadura, a censura não teve fim. Isso porque, em 1998, uma série de peças do artista foi censurada por apresentar intervenções que contavam com as figuras de crianças. Esse fato gerou indignação entre as principais personalidades artísticas, que questionaram a censura em relação à arte. 

Vale destacar que durante toda sua jornada, Nelson Leirner nunca se rendeu às críticas da mídia e de especialistas , pois sua luta de ressignificar a arte e contestar o seu papel sempre foi muito mais nobre do que isso. Assim, produziu um legado nada óbvio, com peças com propostas e conceitos múltiplos. 

Logo, tanto o figurativismo abstrato de Nelson Leirner como suas vanguardas geométricas do concretismo e neoconcretismo abordaram diversas temáticas, como o mercantilismo artístico, o sagrado e o popular, e a ordem e anarquia. 

Nelson Leirner faleceu no começo de 2020. No entanto, seu legado indiscutivelmente rico e sólido, seus ideias e força, nunca serão esquecidos. 

Obras de Nelson Leirner: conheça algumas das principais

1. Pôr-do-sol (1962)

obras de nelson leirner

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

2. Arte Global (1975)

Crédito Laart. Foto de Joca Meirelles

Essa gravura impactante está no acervo da Laart. Clique aqui e saiba mais sobre ela. 

3. Sotheby’s (2000)

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Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

4. Paramutt (2005)

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Crédito: Arte que Acontece 

5. Serigrafia (2005)

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Crédito Laart. Foto de Joca Meirelles

Incrível essa peça, não? Que tal conhecê-la melhor? É só clicar aqui! 

6. Mapa (2008)

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Crédito Laart. Foto de Joca Meirelles

Essa obra de Nelson Leirner também está no acervo da Laart. Saiba mais aqui. 

A importância de Nelson Leirner é inegável para a história da arte. A Laart também acredita nisso! Por isso, conta em seu acervo com gravuras emblemáticas dessa importante personalidade. 

Todas elas contam com certificado de autenticidade, são originais e assinadas. Além disso, você pode recebê-las onde estiver. 

Contar com uma obra de Nelson Leirner não só valoriza um ambiente, como representa um simbolismo único, que é o de prestigiar um artista que nunca desistiu de seus ideais. 

Crédito da foto de capa: Terra 

 

 

 

 

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