milton dacosta

O envolvimento e a narrativa singular de Milton Dacosta na arte

Milton Dacosta foi um artista plástico que teve uma carreira linear e de intensa produção. No início, suas obras apresentavam um forte caráter figurativo, o que é bastante usual entre aqueles que despertam para a arte logo cedo. 

Aos poucos, foi conhecendo novas técnicas e as testando. Logo descobriu sua própria identidade, que trazia ao racional construtivismo uma poesia sensível, assim expressa por meio de pinturas que traziam à tona uma abstração lírica formada por um jogo inteligente de linhas verticais e horizontais que conversavam perfeitamente com os poucos elementos geométricos de suas telas. 

Essa fase representou o ponto mais alto de sua carreira. Porém, não de forma popular. Isso porque os artistas do período o admiravam exatamente por esse trabalho mais introspectivo, pessoal e, de certo modo, mais misterioso. 

Contudo, atingiu a fama quando pintou telas com imagens femininas. Para alguns críticos, apesar de esse momento figurativo ter trazido notoriedade ao artista, ele se tratou de seu período menos criativo e de menor qualidade artística. 

Neste contexto, é interessante observar que apesar de especialistas de arte até hoje enaltecerem as obras de Milton Dacosta de estética construtivista, boa parte delas ainda não é conhecida pelo grande público. 

Para conhecer a biografia de Milton Dacosta, as características de suas obras e tudo de mais relevante sobre o tema, continue lendo! 

Vida e obra de Milton Dacosta: biografia do artista 

Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1915, Milton Dacosta demonstra fascínio pela arte ainda criança, uma vez que desde bem pequeno rabisca e pinta tudo o que está a seu alcance. 

Não demora muito para que decida estudar desenho. Com apenas 14 anos, conhece Augusto Hantz, um professor alemão que ministra ao carioca o básico sobre o tema. 

A paixão e o interesse pela arte aumentam. Assim sendo, ingressa em um curso livre na Escola Nacional de Belas Artes um ano depois. Lá tem aulas com um dos grandes mestres de figuras humanas e de natureza morta do período, o pintor José Marques Júnior. 

Neste momento acontece a Revolução de 30 que, entre diversas articulações, decide fechar a escola. 

Indignado com o fato, o artista se une a outros, como Ado Malagoli e Edson Motta. Com eles, funda, em 1931, o Núcleo Bernardelli. 

Esse grupo não só é criado como uma alternativa para que o ensino formal de arte se propague, como também representa uma forma de protesto por parte desses pintores, que decidem lutar pela liberdade de expressão artística. 

Nessa fase, se concentra em elaborar composições mais figurativas e também em pintar paisagens de cenários comuns. Não demora para que sua primeira exposição aconteça, o que ocorre em 1936, após o artista completar 21 anos. 

Vida e obra de Milton Dacosta: a transição para outras estéticas e técnicas 

Na década de 1940, o artista atinge seu amadurecimento. Nesse período, influenciado pelo cubismo, suas figuras humanas não se apresentam mais tão realistas como as primeiras, visto que trazem as distorções e as narrativas geométricas da corrente de Pablo Picasso. 

Nesse período, conquista um prêmio com a obra “Cena de Atelier”. Em seguida, parte para Portugal. Lá, conhece grandes referências artísticas  locais, como Almada Negreiros e António Pedro. 

Em busca de conhecimento e de expandir seu repertório como artista e ser humano, o carioca viaja para vários países da Europa. Acaba por escolher a França, mais precisamente Paris, para morar e estudar. 

Na “Cidade da Luz”, conhece alguns dos principais gênios artísticos da história, como o mestre Pablo Picasso e o icônico Georges Braque. Frequenta, assiduamente, o ateliê desse último, e logo expõe em salões importantes de Paris. 

Em 1947 decide voltar para sua terra natal. Dois anos depois conhece o amor de sua vida, a pintora Maria Leontina. Casa-se com ela e ambos se mudam para São Paulo. 

A evolução e as características das obras de Milton Dacosta 

No começo dos anos 1950, as características das obras de Milton Dacosta refletem o abstracionismo geométrico. Ou seja, suas pinturas são elaboradas de forma que suas formas e cores se organizem de modo racional e que expressem, no fim, uma composição geométrica. 

No entanto, com o tempo, ele incorpora nessa narrativa o lirismo. Assim, cria composições não mais com base na racionalidade, mas se deixando levar pelo instinto e pelos comandos do inconsciente. 

Além de produzir intensamente, nessa época, o carioca é convidado a expor em vários lugares, assim como recebe diversos prêmios, sendo o principal deles o de “melhor pintor”. 

É na década de 1960 que Milton Dacosta ganha notoriedade popular. Isso acontece quando o artista expõe uma série de figuras femininas feitas em gravuras em metal coloridas, que recebe o nome de “Vênus”. 

A morte do artista carioca acontece em 1988, um pouco antes de ele completar 73 anos. 

Quais as habilidades que Milton Rodrigues Dacosta tinha?

Suas habilidades englobaram várias vertentes artísticas, o que mostra como o carioca era um artista completo e multifacetado. Ele brilhou ao produzir: 

  • desenhos;
  • ilustrações;
  • pinturas;
  • gravuras.

Repertório e nomes das obras de Milton Dacosta 

Construção Abstrata sobre Fundo Vermelho 

vida e obra de milton dacosta

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Roda 

milton dacosta características de suas obras

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Em Marrom (em um Triângulo Rosa)

milton da costa obras

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Vênus

milton dacosta obras

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Figura Sentada (Figura Geométrica)

milton dacosta obras

Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles

Que trajetória interessante a de Milton Dacosta, não é verdade? Qual de suas fases você mais gostou? Compartilhe sua opinião com a gente!

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Crédito da foto de capa: Galeria Ipanema

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