Quem foi Maria Leontina e qual foi seu papel na arte brasileira?
Maria Leontina foi uma artista plástica brasileira que deu sensibilidade ao concretismo, ao fugir do rigor matemático e cartesiano da corrente e propor um fazer artístico mais intuitivo e orgânico, em que o nítido e seguro desapareciam e davam lugar à imprecisão e à espontaneidade.
Com uma carreira emblemática, transitou entre a pintura e a gravura como poucos. Hábil desenhista e uma das maiores referências do colorismo da história da arte brasileira, Maria Leontina também se expressou por meio da arte abstrata, do figurativismo e do expressionismo, o que mostra sua polivalência e espírito curioso.
Interessado em conhecer a biografia e as obras de Maria Leontina? Basta ler este post até o fim! Boa leitura!
Biografia de Maria Leontina: o começo, o casamento e a bolsa em Paris
Nascida em São Paulo, em 1917, em uma família tradicional da capital, Maria Leontina se mostra estudiosa desde a infância. O seu amor pelo arte é despertado após a paulistana assistir a uma exposição do polêmico e visionário Flávio de Carvalho. Assim, atende a seu chamado artístico e inicia sua formação na área como aluna de pintura de Antônio Covello.
Em 1940, conclui que precisa se dedicar de forma mais intensa à pintura. Desse modo, se torna frequentadora assídua do ateliê de um dos mais importantes pintores modernistas da época: o luso-brasileiro Waldemar da Costa.
Com ele, aprofunda seu conhecimento e realiza um mergulho profundo em seu processo criativo. Nesse período, suas telas figurativas apresentam inspirações expressionistas, uma estética comum na época e que se assemelha a de Iberê Camargo, o “Mestre dos Carretéis”.
Em 1946, no Rio de Janeiro, em busca de novos olhares, frequenta o ateliê do escultor Bruno Giorgi. No mesmo ano, decide cursar museologia, um estudo que se prolonga por dois anos.
No ano seguinte, conhece e se casa com aquele que seria o grande amor e companheiro de vida: o pintor e desenhista Milton Dacosta.
Ainda em 1947, participa de uma mostra importante em São Paulo: a exposição 19 Pintores, que acontece na famosa Galeria Prestes Maia.
Três anos após, é convidada pelo psiquiatra e crítico de arte Osório César para um trabalho desafiador: ser orientadora do departamento de artes plásticas do Hospital Psiquiátrico do Juqueri.
Se apaixona por esse trabalho e organiza, no mesmo ano, uma mostra emblemática dos internos para um dos mais icônicos museus da capital paulista: o MAM.
A sua dedicação e ousadia despertam a atenção em nível mundial, o que pode ser comprovado pelo fato da paulistana receber uma bolsa de estudos do governo francês para aprofundar seu conhecimento artístico na “Cidade da Luz”.
Assim, parte com o marido para o local e, lá, os dois vivem por dois anos. Nesse período, se interessa pela gravura. Assim, se torna amiga de Johnny Friedlaender, um dos mais célebres gravadores da época, e passa a frequentar seu ateliê.
As estéticas e os prêmios de Maria Leontina
Entre as décadas de 1950 e 1960 se envolve com o cubismo sintético e com a estética do construtivismo. Assim, produz obras repletas de formas geométricas, cores primárias e desenhos combinados.
No começo dos anos 1960, se interessa pela arte dos vitrais e dos azulejos. Dessa forma, produz peças com esses materiais no Edifício Copan e na Igreja Epsicopal Brasileira da Santíssima Trindade.
Nesta fase, sua estética é dominada pela arte abstrata, mas foge do rigor concertista do geometrismo puro, uma vez que a artista traz uma abordagem e uma narrativa mais sensível e intuitiva a seu trabalho.
Nessa mesma época, é agraciada com o prêmio nacional da Fundação Guggenheim, em Nova York, um evento que se repete em 1975, quando a paulistana recebe o prêmio de pintura da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).
Em toda sua carreira, a artista nunca para de produzir, de estudar, de experimentar novos materiais e de participar de bienais. A sua produção só cessa quando Mario Leontina se despede da vida e da arte em 1984, aos 66 anos.
O documentário “Gesto em Expansão” mostra um pouco a visão poética e as obras da artista.
5 principais obras de Maria Leontina
Natureza Morta (1952)
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
Da Paisagem e do Tempo (1957)
Crédito: MAM
Narrativa III (1957)
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
Estandartes (1963)
Crédito: Leilão de Arte
Gravura em Metal (sem data)
Crédito: Laart
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Crédito da foto de capa: Galeria Ipanema
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