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Grupo Ruptura e a ascensão do concretismo no Brasil

O Grupo Ruptura reuniu sete artistas, entre brasileiros e estrangeiros, e marcou a consolidação do movimento da arte concreta no Brasil.

O Grupo era formado por 7 artistas:

Entre esses nomes, um se destacava como o catalisador e porta-voz do grupo: Waldemar Cordeiro. O artista redigiu, juntamente com o Grupo, o Manifesto, em 1952.

A seguir, uma breve linha do tempo para auxiliar a compreensão geral do movimento realizado pelo grupo de arte concreta no Brasil, desde 1947, até seu Manifesto.

  • 1947: alguns membros do grupo se conhecem, entre eles, Cordeiro, Barros, Charoux e Sacilotto. Nesta época, todos ainda estavam influenciados pela corrente expressionista;
  • 1948: ocorre a alternância dos trabalhos desses artistas em direção à abstração;
  • 1948: no mesmo ano da mudança de estilo, Fejér e Haar, se juntam ao grupo. Ambos produziam obras abstratas. O húngaro elaborava esculturas e o polonês se expressava através da pintura;
  • 1950: Wladyslaw integra o grupo, sendo o último dos sete a fazê-lo;
  • 1950: exposição, realizada no MASP (Museu de Arte de São Paulo), do artista plástico suíço Max Bill, um dos principais teóricos do Concretismo;
  • 1951: 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (atualmente Bienal Internacional de São Paulo) consagrou e firmou as tendências abstratas, principalmente a vertente geométrica;
  • 1952: a exposição Ruptura é a 1ª exposição oficial do Grupo homônimo e marca o início oficial do concretismo no Brasil;
  • 1952: divulgação do manifesto do grupo.

No manifesto do Grupo Ruptura, é proposta a “renovação dos valores essenciais das artes visuais” através das pesquisas geométricas, aproximando arte e indústria, e com o desligamento da tradição abstracionista passada.

Após um primeiro momento, no qual contava apenas com os 7 nomes acima apresentados, o Grupo Ruptura recebeu a adesão de Hermelino Fiaminghi, Judith Lauand e Maurício Nogueira Lima.

A arte concreta no Brasil

A aceitação do estilo proposto pelo concretismo não foi alcançada por um único ato: o Manifesto Ruptura.

Na realidade, desde a última metade da década de 1940, começou a surgir os primeiros núcleos de artistas abstratos, que defendiam a completa dissolução da ideia de que a arte deveria servir como uma representação figurativa da realidade.

Esse movimento já acontecia no restante do mundo, por isso, foi de extrema importância que artistas de outras nacionalidades ou que estavam estudando fora do Brasil – como o próprio Waldemar Cordeiro – voltassem para as terras brasileiras e trouxessem o sopro de mudança que era, na época, a ideia do concretismo no Brasil.

Já em 1949, anos antes do Manifesto do Grupo Ruptura, os museus de São Paulo, tanto o MASP; como o Museu de Arte Moderna (MAM-SP), abriram suas atividades ao público, com a exposição Do Figurativismo ao Abstracionismo, apresentando a arte em suas diferentes formas (pelo menos as formas que haviam até o momento).

Não se engane, entretanto, com a ideia de que não houve resistência para a aceitação e valorização da arte concreta no Brasil. Mesmo com o interesse pela arte abstrata, datado de 1940, houve significativa oposição dos artistas figurativos ligados à estética nacionalista, dos anos 1930, como Di Cavalcanti (1897 – 1976), por exemplo.

Após a 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1951, entretanto, essa discussão e oposição entre a figuração e a abstração começa a ser superada.

As discussões propostas pelo Grupo Ruptura, circulavam entre a arte abstrata e a filosofia, com leituras e análises sobre o filósofo alemão Konrad Fiedler (1841 – 1895) e o conceito de forma, cunhado pela psicologia da Gestalt.

O Manifesto Ruptura

O manifesto Ruptura foi lançado por ocasião da primeira e única exposição do grupo, inaugurada em 9 de dezembro de 1952, no MAM-SP.

Durante o manifesto pode-se identificar a intenção de crítica, não apenas aos artistas figurativos e sua arte, como também a outras vertentes abstracionistas.

Resumidamente, houve uma crítica geral às expressões não surgidas do Concretismo “puro”. Entretanto, em 1953, os integrantes do Grupo Ruptura participaram da Exposição Nacional de Arte Abstrata, em Petrópolis, que contou também com a presença dos abstracionistas informais.

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Fonte: Artnexus | Reprodução da página inicial do Manifesto do Grupo Ruptura. Waldemar Corderiro, Lothar Charoux, Geraldo de Barros, Luís Sacilotto, Anatol Wladyslaw, et al., Manifesto Grupo ruptura [The ruptural Group Manifesto], 1952.

Waldemar Cordeiro, ainda desenvolveu outros textos, como o artigo O objeto, de 1956, no qual o autor procura oferecer uma síntese do pensamento concretista no Brasil, construído sobre formas programadas, sistemáticas e seriais, com uma certa organização simétrica.

Obras Grupo Ruptura

Selecionamos algumas obras de arte concreta dos representantes do Grupo Ruptura, abaixo:

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Fonte: Waldemar Cordeiro, 1951 | Reprodução fotográfica Edouard Fraipont

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Fonte: Judith Lauand, Abstração

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Fonte: Waldemar Cordeiro

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Fonte: Wladislaw

O movimento liderado pelo Grupo Ruptura deixou uma marca importante na história da arte no Brasil e até hoje, mesmo com outros movimentos e manifestos posteriores, é estilo e inspiração de grandes artistas.

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