De Stijl: entenda a proposta do movimento liderado por Piet Mondrian
Liderado pelo pintor modernista Piet Mondrian e pelo arquiteto e também pintor Theo van Doesburg, o De Stijl foi um movimento que teve como país de origem a Holanda e que começou no início do século XX, mais precisamente em 1917.
Essa corrente de vanguarda foi influenciada pela estética da arte cubista e se estendeu para a arquitetura, o design, o mobiliário, a moda, a literatura e a fotografia.
O movimento De Stijl teve como base a ideologia, a filosofia e a religião e está ligado também ao termo neoplasticismo. Na verdade, algumas publicações definem as nomenclaturas como sinônimas, enquanto outras defendem que a primeira apenas é o nome da revista do movimento, enquanto a última traduz as características da expressão artística.
De toda forma, o que realmente importa é que esse movimento foi inovador, revolucionário e ousado, tanto que teve como base um manifesto. Essa publicação de 1918 utilizou a teoria do dualismo de Platão e Hegel e pregou o fim do individualismo, dos dogmas e das tradições.
Essa corrente teve como base de seus ideais a valorização da pureza das formas, o uso de cores primárias e a inserção de figuras geométricas. Sendo assim, buscou desenvolver uma linguagem totalmente abstrata e que se opunha à representação da arte figurativa, devido ao seu caráter tradicional.
Em que contexto histórico surgiu o De Stijl?
O movimento De Stijl foi concebido na Europa Pós-Guerra. Logo, os membros da corrente queriam reinventar a realidade, uma vez que o desânimo e a depressão assolavam o período.
Assim, acreditavam que uma nova arte deveria surgir, uma arte que promovesse uma redenção social e, até mesmo, espiritual. Dessa forma, os artistas que abraçaram essa proposta tinham uma visão fortemente imaginativa e utópica da arte, assim como acreditavam no seu forte potencial transformador.
Dentro desse contexto, é interessante observar que para atingir o inefável, eles privilegiavam a simplicidade da arte e colocavam de lado outras questões, como a beleza estética.
Quais são as principais características do De Stijl?
Essa corrente valorizou as linhas ortogonais e as cores primárias. Porém, a ideia não era simplesmente pintar retângulos vermelhos, amarelos e azuis e encantar pela técnica, mas sim captar as sensações causadas por eles.
No entanto, muito se engana quem pensa que as formas e linhas eram pintadas ao acaso. Isso porque o De Stijl de Mondrian funcionava com base em regras e na exploração de diversas possibilidades. Aliás, isso acontecia de modo quase obsessivo, uma vez que o pintor exaltava a perfeição.
Assim, suas pinceladas buscavam retratar o equilíbrio e a harmonia do universo, assim como tinham como objetivo, por meio da abstração, representar a realidade por trás da realidade.
Vale destacar o forte caráter do simbolismo presente obras de De Stijl elaboradas por Mondrian, uma vez que o azul replicado na horizontal buscava retratar a flexibilidade e a tranquilidade. Já a cor amarela representava o que se move em direção ao centro do universo.
“A arte desaparecerá à medida que a vida ganhar equilíbrio.” – Piet Mondrian
O De Stijl de Theo van Doesburg também foi expresso de forma similar, já que suas peças apresentavam linhas retas e figuras geométricas constantes.
Aliás, a estética das obras desse movimento chama a atenção pela similaridade. Tanto que é comum que, até hoje, alguns estudiosos não consigam associar imediatamente a que artista pertence determinada peça.
Entre as principais características do De Stijl , podemos destacar:
- o purismo, a clareza e as formas simples;
- a domínio das cores primárias azul, vermelho e amarelo;
- o forte idealismo e o viés místico;
- a presença de figuras geométricas e traços;
- a prevalência do ângulo reto (que se tornou um símbolo da corrente);
- a redução das formas para chegar aos seus elementos essenciais, como cubos e linhas;
- a saturação das cores;
- o racionalismo por trás da elaboração das obras;
- a valorização do equilíbrio.
Confira também: Futurismo na arte: saiba como surgiu, conheça suas obras e principais artistas.
Como é a arquitetura do movimento De Stijl?
A arquitetura do estilo De Stijl teve como base os princípios da corrente. Ou seja, buscou apresentar uma estética leve e ser funcional, valorizando os espaços abertos e a luminosidade.
Casa Rietveld Schröder – projetada por Gerrit Rietveld em 1924. Crédito: Wikipédia
Aos poucos, o movimento foi se desfazendo por divergências entre os próprios artistas. Piet Mondrian, por exemplo, deixou o grupo, em 1925, pelo fato de Theo van Doesburg ter começado, pouco antes, a aplicar a suas peças elementos diagonais. Logo, os demais artistas, aos poucos, também seguiram outras trajetórias.
5 grandes obras do De Stijl: conheça as principais
Curioso para ver mais destas obras racionais e cheias de cores primárias? Confira agora 5 grandes obras do De Stijl.
1. Cadeira Vermelha e Azul, 1917 – Gerrit Rietveld
Crédito: Wikipédia
2. Ritmo de uma dança russa, 1918 – Theo van Doesburg
Crédito: Wikipédia
3. Composição em vermelho, amarelo, azul e preto, 1921- Piet Mondrian
Crédito: Info Escola
4. Composição XXII, 1922- Theo van Doesburg
Crédito: Wikipédia
5. Tableau, 1923- Piet Mondrian
Crédito: Museu Coleção Berardo
O que você achou desse movimento? É do tipo que gosta de analisar uma obra e ver além dela, o que acontece normalmente com as peças abstratas, ou prefere as obras que espelham a realidade de forma mais clara, como a figurativa, para admirar sua estética?
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Crédito da foto de capa: NRC.nl
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