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Carlos Zilio e o uso da arte como arma de expressividade 

Carlos Zilio é um artista plástico brasileiro que, entre pincéis e reflexões, expressa suas indignações e sentimentos mais íntimos por meio de suas composições. 

Dono de uma linguagem abstrata única, em que a metáfora e o simbolismo dialogam, convergem e se complementam de modo harmônico e contundente, sua biografia revela alguém profundamente preocupado com questões sociais. 

Para conhecer a vida e as grandes obras de Carlos Zilio, basta ler este post até o fim. 

Biografia de Carlos Zilio: a história de um artista engajado 

Nascido no Rio de Janeiro, em 1944, demonstra interesse pela arte logo cedo. Assim, já no começo da década de 1960, ingressa no Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro. Lá, tem aulas com um dos maiores representantes da arte moderna brasileira do século XX: Iberê Camargo, o “Mestre dos Carretéis”. 

Nessa época, a pop art, que já havia tomado conta da estética americana pelas mãos de Andy Warhol, explode no cenário brasileiro. Assim, influenciado pelo experimentalismo e pela cultura de massa dessa linguagem, o carioca se foca nesse trabalho, deixando a pintura em segundo plano. 

No entanto, isso não dura muito tempo, uma vez que as imposições do Regime Militar fazem que o artista utilize seus pincéis como arma de denúncia. 

O estilo denunciativo e corajoso de Carlos Zilio 

Ainda na faculdade, se une ao movimento da nova figuração e participa da exposição “Opinião 65”, uma mostra que tem como foco dar  voz à juventude e possibilitar que ela expresse suas ideias e pensamentos de forma inventiva, crítica e denunciadora. 

Pouco tempo depois, mais precisamente em 1967, ele cria uma de suas peças mais importantes e polêmicas, uma marmita que traz em seu interior a palavra “lute”, uma clara referência à ditadura. 

Assim, se sente fortemente compelido a transmitir a realidade do cenário político em sua arte. Porém, sua coragem é quebrada, visto que recebe três tiros e é preso. 

Contudo, a censura violenta não impede o carioca de produzir. Muito pelo contrário. Na cadeia, seu trabalho é intenso e, mesmo não tendo em mãos bons materiais, ele utiliza a criatividade para criar desenhos e pinturas que denunciam a arbitrariedade da cena política. 

Em 1973, cria a peça “Para um Jovem de Brilhante Futuro”, um trabalho conceitual inspirado na estética de Marcel Duchamp. Por meio de uma mala recheada de pregos, ele denuncia o regime e promove uma reflexão repleta de ironia sobre o futuro da juventude alienada. 

A mudança para Europa e o amadurecimento 

Três anos depois, sua situação no Brasil fica insustentável e, assim, ele parte para Paris, onde faz doutorado em História da Arte. 

Na Europa, a visão do artista amadurece e se reinventa. Visto que seu  preconceito com museus e galerias se quebra, e a tradição se mescla e ressignifica seus conceitos e trabalho. 

Em 1980, retorna à sua terra natal e decide se dedicar exclusivamente à pintura. 

Se focando na linguagem abstrata e trabalhando, muitas vezes, apenas com uma paleta monocromática, as obras de Carlo Zilio sofrem influência da estética do pós-impressionista Paul Cézanne, cuja linguagem e sentimento restabelecem e fortalecem o vínculo do carioca com a pintura. 

A partir de 1980, a morte se torna um dos temas principais de suas peças. Ele explora essa temática por meio da figuras de caveiras e tamanduás, que simbolizam, de modo sensível, a política brasileira e também contam com um caráter mais pessoal, visto que também expressam a sua tristeza com o falecimento de seu pai. 

Logo, seu trabalho começa a ser mais subjetivo e intimista. Assim, na década de 1990, explora o gesto e a textura em suas pinturas, também ressaltando as curvas e reafirmando a relação do espectador com suas obras. 

Não existe estilo para a arte moderna, mas diversas possibilidades de dar forma à imagem, o que se expressa por surgirem num mesmo período vários movimentos, muitas vezes contraditórios entre si

Nesse período, volta para Paris, onde realiza seu pós-doutorado em arte. Em 1994, retorna para o Brasil e leciona na Escola de Belas Artes da UFRJ. 

As obras de Carlos Zilio podem ser apreciadas em diversos museus brasileiros e ao redor do mundo, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o MAC do Rio de Janeiro e o MoMA de Nova York. 

É impossível definir o estilo desse artista plástico. Afinal, suas peças combinam diferentes linguagens, experimentalismos e não são nada óbvias, uma vez que questionam e requestionam dilemas e cenários. 

Hoje, Carlos Zilio, com 76 anos, continua inquieto e questionador. Sorte a nossa! 

Leia também: Claudio Tozzi: biografia e obras do pop artista brasileiro.

5 grandes obras de Carlos Zilio

Lute – 1967

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Para um Jovem de Brilhante Futuro – 1973

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

O Quadrado no Plano Social- 1975


Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

A queda do Tamanduá- 1986

carlos zilio obras

Crédito: Arte que Acontece 

Sem Título – Gravura em Metal

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Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles 

Além de estarem presentes em grandes instituições ao redor do globo, as obras de Carlos Zilio também estão no acervo da Laart, uma galeria de arte virtual especializada em gravuras. 

A Laart só trabalha com peças originais, exclusivas e de tiragem limitada. Todas elas são assinadas, contam com certificado de autenticidade e são entregues em casa. 

Clique aqui e conheça as gravuras desse sensível e engajado artista!

Crédito da foto de capa: O Globo

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