Amilcar de Castro

Amilcar de Castro: entre esculturas, pinturas e gravuras

Amilcar de Castro foi um brilhante artista brasileiro que atuou como desenhista, gravador, diagramador e professor. No entanto, foi como escultor que ele ficou mais conhecido internacionalmente.

Nascido em Minas Gerais, Amilcar de Castro demonstrou genialidade ao conseguir capturar as contradições do país e transpô-las em formas geométricas em forma de arte para o ferro.

Esse célebre escultor foi uma das figuras mais emblemáticas da época pós-guerra, período em que outros artistas expoentes do período decidiram lutar contra o domínio das tradições artísticas europeias.

Com uma visão vanguardista, esse mestre genial executou um trabalho primoroso e original, retratando os assuntos da época em que vivia. Entre as características das peças de Amilcar de Castro, destaca-se a produção de esculturas que trabalhavam junto com outros elementos.

Quem foi Amilcar de Castro: sua carreira em poucas linhas

Nascido em 1920 em Paraisópolis, no interior de Minas Gerais, Amilcar Augusto Pereira de Castro foi o filho primogênito entre sete. Seu pai era juiz e queria que o filho mantivesse a tradição da carreira jurídica. Mal sabia ele, no entanto, que Castro tinha outro chamado, já que ele abandona a advocacia para seguir como escultor e artista gráfico.

Em sua trajetória, conhece outros diversos brilhantes artistas, tendo estudado com o pintor modernista brasileiro Alberto da Veiga Guignard.

No início da década de 1950 Amilcar de Castro se muda para o Rio de Janeiro para viver nesse intenso centro cultural que, até então, era a capital do Brasil. Assim inicia a sua carreira, trabalhando como designer gráfico para jornais e revistas.

O seu talento se mostra inegável, já que Amilcar de Castro revoluciona o conceito de diagramação, transformando e redesenhando o Jornal do Brasil, o que o torna bastante conhecido.

Castro não para por aí, é claro. Assim, nos anos 1960, concentra-se na arte da escultura e, junto a Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape, torna-se um dos protagonistas do movimento neoconstrutivista brasileiro.

No final dessa década, o artista se muda para os Estados Unidos. Em seguida, retorna para Belo Horizonte e, para ter mais liberdade para criar, sai de seu pequeno estúdio para viver em um grande galpão.

Belo Horizonte foi sua cidade escolhida não apenas por fazer parte de sua história, mas por se situar perto das grandes fábricas de aço. Afinal, esse era um dos materiais de trabalho de Castro. Logo, a cidade se torna o lugar ideal para ele criar.

Assim, o artista começa a encomendar o aço diretamente de Usiminas e Açominas. Para descarregar o material em seu estúdio, faz uso de pequenos guindastes. O seu amor pelo elemento é tanto que sua última exposição realizada no Rio de Janeiro conta com placas de aço com cerca de 30 centímetros de espessura.

Ao utilizar esse elemento em suas peças, as esculturas de Amilcar de Castro se tornam famosas pelo uso do material e por apresentarem formas cortadas e dobradas compostas por ele. Entretanto, vale destacar que o escultor não se dedicava exclusivamente a criar peças de aço, pois também utilizava madeira, vidro e mármore.

Seu trabalho reflete exatamente o seu conceito. Isso é, ao se contrapor ao excesso de racionalismo, as dobras e obras de Amilcar de Castro denotam uma geometria flexível e mais humana.

“A arte deve expressar sentimentos e se oferecer de forma amorosa ao olhar do outro.”

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Vida e obra de Amilcar de Castro: pinturas, gravuras e esculturas

Amilcar de Castro foi um dos artistas mais importantes e produtivos do movimento neoconstrutivista dentro do cenário artístico brasileiro.

Com uma arte contrária à rigidez racionalista do concretismo, suas obras valorizavam:

  • o orgânico;
  • a subjetividade;
  • a experimentação.

Para conhecer o estilo e a biografia de Amilcar de Castro, segue uma breve linha do tempo que conta sua história.

  • 1944 – inicia seus estudos na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, no curso livre de desenho e pintura;
  • 1944 – estuda escultura figurativa com Franz Weissmann (1911 – 2005);
  • 1945 – forma-se em Direito na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
  • No final da década de 1940, abandona os cargos públicos e a carreira de advogado;
  • Neste mesmo período, passa do desenho para a tridimensionalidade, focando-se, agora, em suas esculturas;
  • 1952 – muda-se para Rio de Janeiro, onde trabalha como diagramador em jornais importantes da época. Neste período realiza a famosa reforma gráfica no Jornal do Brasil;
  • 1953 — participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo, com sua primeira escultura construtivista desenvolvida depois de conhecer a obra do suíço Max Bill (1908 – 1994);
  • 1956 — participa da “Exposição Nacional de Arte Concreta” e de outras apresentações do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo;
  • 1959 — assina o Manifesto Neoconcreto escrito por Ferreira Gullar;
  • 1960 — participa em Zurique da Mostra Internacional de Arte Concreta, organizada por Max Bill;
  • 1968 — parte para os Estados Unidos, com uma bolsa de estudo da Guggenheim Memorial Foundation. Assim, Amilcar de Castro ganha na época o prêmio de viagem ao exterior obtido na edição de 1967 do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM);
  • 1971 a 1977 — volta ao Brasil e se fixa em Belo Horizonte, onde leciona composição e escultura;
  • 1990 — aposenta-se como professor e dedica-se exclusivamente à atividade artística;
  • 1999 — apresenta trabalhos novos em exposição realizada no Centro de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro. Na praça Tiradentes, expõe um conjunto de peças monumentais.

Na última fase de sua carreira, em 2001, Amilcar de Castro cria a Gigante Dobrada, uma das obras mais emblemáticas de sua produção tardia. Com técnica apurada, essa peça apresenta figuras geométricas irregulares que contrastam com os círculos, quadrados e retângulos, elementos que marcaram seus trabalhos anteriores.

“Gigante Dobrada” está exposta atualmente em Inhotim.

 

obra de Amilcar de Castro

Crédito: Site Inhotim | Amílcar de Castro, Gigante Dobrada, 2001, steel, 448 X 500 X 122 cm

Linha do tempo: principais obras de Amilcar de Castro

Entre as obras de Amilcar de Castro as pinturas e as gravuras possuem um significado singular.

Mesmo sendo famoso por suas esculturas, o artista explica em depoimento por que o desenho é importante para ele:

“Minha escultura começa no ateliê, aqui eu faço o desenho, faço uma maquete de papel, depois se gosto, passo para o ferro e faço uma maquete. Então, se eu gosto, aumento o tamanho. O desenho é fundamento, uma maneira de pensar. E pensar, em arte, é desenhar, porque, sem desenho, não há nada. Existem outros escultores que fazem esculturas sem desenhar. Eu não sei fazer nada sem desenhar. (…)”

Abaixo selecionamos alguns exemplares da vida e obra de Amilcar de Castro.

1949

obra de Amilcar de CastroCrédito: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

1950

obra de Amilcar de CastroCrédito: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

1950

obra de Amilcar de CastroCrédito: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

1970

Pintura de Amilcar de Castro

pintura de Amilcar de CastroCrédito: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

1971

obra de Amilcar de CastroCrédito: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

1978 | 1979

obra de Amilcar de CastroCrédito: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.

Entre as obras, as representações abaixo são algumas uma das telas do artista, que podem ser admiradas e adquiridas por amantes das artes e estão no acervo da Laart.

gravura de Amilcar de CastroCrédito: Laart. Foto de Joca Meirelles. Clique aqui e adquira esta gravura.

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Conhecer a vida de Amilcar de Castro é sinônimo de inspiração, não é mesmo? Nós, da  Laart, também pensamos assim! Você sabia que nosso acervo conta com obras originais deste artista genial? Isso mesmo! Clique aqui e conheça todas as suas gravuras. Com tiragem limitada e certificado de autenticidade, elas chegam com toda segurança até sua casa ou ateliê!

 

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