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Leda Catunda: biografia e maiores obras

A artista Leda Catunda Serra é uma pintora e gravadora brasileira. Segundo o crítico de arte Olívio Tavares de Araújo “a originalidade de Leda está em seus materiais, em sua postura e em seu fazer”.

As influências de sua época como estudante marcaram o desenvolvimento do seu estilo e inspiraram obras memoráveis e que refletem o diferencial de Catunda como artista.

Continue lendo e saiba quem é Leda Catunda, como sua trajetória nas artes começou e algumas de suas principais obras.

Leda Catunda: vida e obra

A biografia artística de Leda Catunda

Leda Catunda é pintora e gravadora, nascida na cidade de São Paulo, capital, em 1961.

O início da sua carreira artística começou em 1980, no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Na graduação, Leda foi aluna de grandes nomes da cultura nacional como Regina Silveira, Julio Plaza, Nelson Leirner e Walter Zanini.

Catunda ganhou destaque no cenário artístico ao participar da exposição Pintura como Meio, montada com o trabalho dos jovens artistas estreantes, e organizada pela diretora do MAC-USP Aracy Amaral.

Já o reconhecimento nacional como artista chegou com a participação na exposição na Geração 80, como vai você?, que aconteceu na Escola de Artes Visuais do Parque do Lage, na cidade do Rio de Janeiro, em 1984.

Na década de 80, o descritivo e o caricatural marcam suas imagens. Leda utilizava tinta e itens industrializados como lençóis, toalhas, cobertores, colchões e outros.

Com uma dose de humor, as produções tiravam os objetos/imagens do seu uso tradicional e eliminavam detalhes para gerar um novo significado impactante de elementos cotidianos.

Depois de se formar, Catunda deu aulas na própria Faap e em seu ateliê até próximo do início dos anos 90. Os cursos livres e workshops foram uma parte significativa da sua carreira. As aulas passavam por várias instituições culturais do Brasil e também do exterior.

Tanto que em 1990, Leda Catunda recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas/Distrito Federal, na categoria Aquisição.

Em 2003, a artista plástica defendeu sua tese de doutorado em artes, com o trabalho Poética da Maciez: Pinturas e Objetos Poéticos, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), com orientação de Julio Plaza.

Entre 1998 e 2005, marcou sua trajetória docente como professora de pintura e desenho no curso de Artes Plásticas da Faculdade Santa Marcelina (FASM), em São Paulo.

Em 1998, o crítico de artes visuais,Tadeu Chiarelli, publicou o livro ‘Leda Catunda’, de sua autoria pela editora Cosac & Naify.

“Passados quase vinte anos de sua primeira grande aparição no circuito de arte paulistano e brasileiro, Leda Catunda se caracteriza hoje como uma artista que vem sabendo, como nunca, mesclar aos ensinamentos recebidos de seus professores na Faap, e à sua experiência como uma das artistas mais em evidência durante toda a década passada, um forte componente de inquietação diante das possibilidades da arte nos dias de hoje.

Ao invés de acomodar-se aos achados primeiros de sua carreira, ousou redimensionar o devir de sua obra em direção a um aprofundamento extremamente particular da pintura, enquanto instituição e enquanto modalidade sensível de conhecimento do mundo. Para isso, valeu-se da introdução, nesse campo, de procedimentos tradicionalmente alheios a ele, fato que determinou sua singularidade no âmbito das artes visuais no país”.

CHIARELLI, Tadeu. Problematizando a natureza da pintura. In: LEDA Catunda. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. p. 29.

Leda Catunda: principais obras

Por influência dos seus professores, Leda Catunda se familiarizou com as discussões sobre arte conceitual, o estatuto da obra, sua mercantilização e o uso de meios tecnológicos de produção.

O Neo-expressionismo na Europa e nos Estados Unidos também chamou sua atenção na época. Artistas como Julian Schnabel, Sandro Chia e Francesco Clemente foram suas principais referência desse movimento artístico.

As primeiras obras de Leda Catunda trabalham com “questões críticas do debate conceitual, como os interesses plásticos dos neo-expressionistas”, ressalta o crítico Tadeu Chiarelli.

Além das inspirações expressionistas, outras obras de Catunda foram as litografias com imagens televisivas e ao mesmo tempo, pinturas de quadros realistas.

As pinturas também ganharam destaque entre as obras de Leda Catunda com trabalhos sobre tecidos estampados, cobrindo as figuras com cor. Depois ao invés de cobrir as figuras as pinturas passaram a realçá-las.

Outros elementos passam a compor a criação de Leda Catunda como:

  • figurações agrupando objetos e suportes inusitados;
  • motivos figurativos da cultura popular;
  • tecidos recortados e costurados.

Aos poucos, a atenção das obras passou da figuração para as questões estruturais, trabalhando figuras geométricas e eliminando o aspecto narrativo.

A partir dos anos 90, as obras apresentaram-se mais limpas de cor, figuração e textura e mais maleabilidade de materiais com o uso de peças esvoaçantes e leves que fazem referência aos elementos da natureza como água, gotas, rios e insetos.

A figura não foi deixada totalmente, mas passou a se concentrar nas relações formais e na estruturação da tela a partir do uso de outros materiais não convencionais, como meias e camisetas.

Leda Catunda aprofundou seu trabalho em materiais específicos. Criou superfícies pictóricas com a sobreposição de tecidos e outros meios planos e coloridos.

Trabalhou também com elementos como tule, veludo, plástico, acolchoados, lona, couro e fórmica. O modo de uni-los na maioria das vezes era abstrato.

Em outras obras, como os relevos, a composição partia de motivos simples, como o desenho da lua, insetos, gotas e partes do corpo. Esses trabalhos, feitos na segunda metade da década de 1990, aproxima-se das esculturas de Claes Oldenburg (1929).

Nos anos 2000, as produções de Catunda, abordam a banalização das imagens em nossa sociedade, o que traz um estímulo provocativo para o olhar do espectador.

O seu trabalho também instiga a curiosidade e o desejo de tocar nas obras para sentir as combinações de texturas utilizadas.

Com isso, a artista mostra que a pintura busca inovar nas artes plásticas, à medida que, se revela um instrumento eficaz de indagação sobre a forma e sobre a percepção do mundo.

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Vedação Laranja II (1983) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida

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Onça Pintada nº1 (1984) | Reprodução fotográfica Romulo Fialdini.

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O Casaco (1986) | Registro fotográfico Sérgio Guerini/Itaú Cultural

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Camisetas (1989) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

meias-leda-catundaMeias (1989) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida

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A Praia (1990) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida

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Barriga (1997) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida

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Bicho (2000) | Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

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Oito Camadas (2000) | Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

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Cérebros e Flores (2005) | Foto reprodução –  © Copyright Leda Catunda

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Cadu (2010) | Foto reprodução –  © Copyright Leda Catunda

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