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Quem é Regina Silveira: biografia da artista e maiores obras

Regina Silveira é uma artista brasileira multimídia, além de gravadora, pintora e professora. De Porto Alegre, passando por São Paulo, ela rodou o mundo estudando arte e lecionando com expertise ímpar.

“A História da Arte está aí para nos lembrar que os grandes gravadores também foram desenhistas e pintores. Minha postura multimídia se baseia nas possibilidades de construção de algo a partir de imagens gráficas de diferentes origens, nos mais diversos procedimentos gráficos”, conta Regina em entrevista a Angélica de Moraes.

E completa: “Sempre utilizei e misturei sem preconceitos serigrafia, offset, heliografia, xerox e até as técnicas tradicionais como a litogravura. Tudo aquilo que trata de reprodutibilidade me interessa, assim como me interessa a imagem impressa”.

Quer conhecer mais da vida e da obra de Regina Silveira? Vamos contar um pouco da sua biografia e mostrar suas principais obras a seguir!

Regina Silveira: biografia

Nascida em 1939, Regina Silveira é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Sua formação acadêmica em pintura acontece no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), em 1959.

No ano seguinte estuda pintura com o icônico Iberê Camargo. Já com Marcelo Grassmann e Francisco Stockinger, a artista aprende a arte da gravura.

Como estudante de arte, Silveira conquista oportunidades fora do país. Assim, em 1967, torna-se bolsista do Instituto de Cultura Hispânica e frequenta a Faculdade de Filosofia e Letras de Madri. Em seguida, como um processo natural de sua dedicação, é convidada para ser professora na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Porto Rico.

Seu retorno para o Brasil acontece em 1973, quando integra o corpo docente na área de gravura da  Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). No ano seguinte, consolida sua carreira como professora ao  fazer parte do corpo de professores da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Lá, faz mestrado e recebe o título de doutora em 1984.

Depois dessa jornada acadêmica, Regina parte para Nova York, onde mora durante três anos (1991 a 1994) com bolsas de estudo concedidas por diversas instituições como:

Em 1995, Silveira recebe uma nova bolsa, agora como artista residente da Civitella Ranieri Foundation. Em 2000 acumula mais uma conquista, já que a artista é agraciada com o Prêmio Cultural Sergio Motta.

Regina Silveira: obras

Os obras de Regina Silveira também sofreram forte influência de outros dois artistas importantes:

  1. Iberê Camargo (1914-1994);
  2. Marcel Duchamp (1887-1968).

Com o primeiro, a artista aprende a encarar a técnica de forma diferente, consolidando com ele uma relação de longa convivência. Já com Duchamp, Regina Silveira encontra inspiração para repensar os códigos preexistentes e obter novos significados.

Na obra In Absentia M. D. (1983) é possível ver a influência duchampiana. Nela, Silveira projeta sombras de alguns dos trabalhos mais famosos do artista.

regina-silveira-obras- braIn-Absentia-MDFoto: ©Leo Eloy (Bienal SP)

Na década de 1960 e início de 1970, Regina Silveira produz esculturas e serigrafias, sendo bastante influenciada pelo estilo geométrico-construtivo. Alguns exemplos de trabalhos da artista dessa época são:

Série Labirintos (1971): com perspectivas e malhas.

 

regina-silveira-obras- serie-labirinto-1

regiana-silveira-obras- serie-labirinto-2

(Fotos: divulgação)

Já na série de gravuras Middle Class & Co (1971-1972), a artista aborda a sociedade contemporânea por meio do rompimento do indivíduo.

regina-silveira-obras- middle-class-coFoto: W Art.

O uso de imagens fotográficas nas obras de Regina Silveira torna-se constante. Por meio delas, é possível extrair inúmeros significados.

Na série Brasil Today: Natural Beauties (1977), Regina insere imagens chocantes — como as de escombros — dentro de cenários históricos, como o Viaduto do Chá e o Monumento às Bandeiras.

 

serie-brazil-today-regina-silveira

Logo, Regina Silveira se consolida como artista multimídia ao utilizar em seus trabalhos o mail-art, a heliografia, o Xerox e a vídeo-arte. Assim, aparece como a pioneira nesse último segmento.

Em Anamorfas (1980), a artista aborda a subversão das perspectivas. Faz isso ao utilizar imagens de objetos do dia a dia que, sob determinados ângulos, remetem a dilatações, dobras e compressões.

anamorfas-regina-silveira-1

anamorfas-regina-silveira-2Fotos: Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural.

Já em Simulacros (1984), as obras representam sombras criadas com base em distorções projetivas inventadas, referenciando aos conceitos do surrealismo e dadaísmo. Por meio desses trabalhos, a artista questiona a relação entre a representação visual e a percepção.

Sobre o constante uso da sombra como índice de ausência por Regina Silveira, o crítico Agnaldo Farias diz:

“…é uma maneira peculiar de abordar criticamente os sistemas de representação, isto é, uma metódica demonstração dos limites estritos dos sistemas elaborados para a representação das coisas. (…) Um enigma que a artista repõe a partir de confronto entre o espaço real e uma projeção perspectiva, que de imediato provoca um grande desconforto no espectador…”

 

simulacros-regina-silveiraEncuentro, obra feita em 1991.

Com Vórtice (1994) ou Escada Inexplicável II (1999) Regina Silveira também debate a ilusão de profundidade de acordo com a perspectiva do espectador.

Já o seu trabalho Lumen (2002) disserta sobre o papel da luz por meio de imagens fragmentadas de uma claraboia. Assim, cria efeitos de caleidoscópio.

Para a artista:

“A luz é, para mim, a metáfora da arte, que anda tão mal tratada pelas instituições da cidade. Chega a ser lamentável a situação de certos museus.”

Várias das obras Regina Silveira fazem referência a discussões sociais e políticas, incitando reflexões. Monudentro (1987) e The Saint’s Paradox (1994), por exemplo, promovem o debate sobre a violência.

O trabalho de Regina Silveira além de inspirar muitos artistas brasileiros, encanta audiências de todos os lugares com seu estilo inventivo e repleto de nuances. Você também fica hipnotizado com as suas obras? Pois saiba que muitas delas estão no acervo da Laart! Clique aqui e conheça as gravuras desta célebre artista. Em dúvida se é seguro adquirir arte pela internet? Pois não precisa, já que todas as nossas gravuras vêm com certificado de autenticidade e têm tiragem limitada!

 

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