Arquitetura brutalista: o que é, qual sua proposta e principais obras desse polêmico estilo
A arquitetura brutalista é um estilo que se originou na Europa, mais precisamente na Grã Bretanha, no pós-guerra. Nascido como uma reação aos valores românticos e nostálgicos da arquitetura da década anterior, esse gênero ficou conhecido por suas formas frias e funcionais.
O termo brutalismo foi utilizado, pela primeira vez, pela famosa dupla de arquitetos ingleses Alison e Peter Smithson e, logo, foi popularizado, conquistando adeptos e críticos no Brasil e no mundo.
Para entender melhor a proposta desse estilo, conhecer referências, características e obras da arquitetura brutalista brasileira e internacional, basta seguir com sua leitura!
Afinal, o que é arquitetura brutalista?
Derivada da expressão béton brut que, em tradução livre, significa “concreto bruto”, a arquitetura brutalista foi associada, pela primeira, ao conceito de Le Corbusier, quando o mestre franco-suíço projetou as famosas Unités d’Habitation, em Marselha.
Logo, esse grandes edifícios são considerados por muitos estudiosos as construções precursores da arquitetura brutalista. Um dos motivos é exatamente o caráter funcional dessas obras modernas, assim conceituadas por Le Corbusier, entre os anos de 1945 e 1949, para economizar no pós-guerra para reerguer as cidades.
Crédito: Wikipédia
Em outras palavras, o brutalismo na arquitetura refletiu a realidade da época, um período que demandava a utilização de materiais baratos e a aplicação de técnicas que objetivavam facilitar a circulação das pessoas, não os aspectos estéticos.
Assim sendo, esse gênero descartava a superficialidade, o simbolismo e os recursos supérfluos, pois tinha como base valorizar a estrutura das construções.
Logo, com uma proposta crua, baseado no utilitarismo das construções e não em conceitos artísticos, o brutalismo na arquitetura foi bastante utilizado até os anos 1970, depois entrou em declínio e, agora, voltou como tendência.
Vale destacar que esse estilo nunca representou uma unanimidade entre os profissionais do segmento. Isso porque muitos consideram obras brutalistas pouco atraentes, enquanto outros enxergam o magnetismo e o charme por trás das construções com essa linguagem.
Esse gênero foi abraçado por ícones da arquitetura modernista, como Le Corbusier e logo, deu luz a vários arquitetos brutalistas que marcaram a história.
Quais as características do brutalismo na arquitetura?
No geral, o brutalismo na arquitetura foi destacado por projetos sociais de baixo custo e também foi marcado por construções públicas e institucionais, como bibliotecas, prefeituras e universidades.
Sendo assim, foi abraçada por profissionais ao redor do globo não só na Grã-Bretanha, como na França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Austrália.
A arquitetura brutalista também ganhou adeptos no Brasil. Porém, como é comum na história, as obras brutalistas contaram com aspectos inerentes às necessidades e valores particulares de seus países.
No entanto, é inegável que mesmo com diferenças culturais e históricas, esse estilo apresente características em comum, que são:
- a aparência inacabada das construções;
- o uso de materiais pesados, como o concreto, e de elementos como o tijolo, o aço e o vidro;
- o caráter funcional;
- a prevalência de linhas retas de formas geométricas e inusitadas, como pequenas janelas;
- o contraste estético com outros estilos considerados mais “bonitos”, como o neoclássico;
- a praticidade e a aversão ao detalhes e aos excessos;
- o uso de recursos resistentes e baratos;
- a presença de estruturas suspensas;
- a grandiosidade das construções.
Uma das principais obras brutalistas e também polêmicas foi a Prefeitura de Boston, projetada em 1968. Essa construção é considerada por muitos como um desastre estético e, por outros tantos, como uma obra de elevadíssima qualidade técnica.
Crédito: Wikipédia
Outro exemplo emblemático do brutalismo na arquitetura, bastante famoso por sua grandiosidade, é o Habitat 67, um dos edifícios mais conhecidos de Montreal, no Canadá.
Projetado em 1967, pelo arquiteto israelense Moshe Safdie, essa construção ficou famosa por sua estrutura colossal de 12 andares, formada por blocos e terraços suspensos.
Crédito: Wikipédia
Principais arquitetos brutalistas e a arquitetura brutalista brasileira
Entre os arquitetos brutalistas que marcaram a história, podemos citar:
- Alison e Peter Smithson (ingleses);
- Le Corbusier (franco-suíco);
- Ernő Goldfinger (hungaro);
- Louis Kahn (americano);
- Alvar Aalto (finlandês).
Em terras tupiniquins, esse estilo também ganhou adeptos importantes, como Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha. No entanto, diferente de outras partes do globo, a arquitetura brutalista brasileira teve seu pontapé inicial só na década de 1960.
Porém, só ganhou força e destaque na década seguinte, com a Escola Paulista, um movimento liderado pelo arquiteto João Vilanova Artigas que aconteceu em São Paulo e que teve como meta a valorização da estrutura, da técnica e da aplicação do concreto armado em suas construções.
5 obras brutalistas famosas
Além das obras expostas acima, há outras construções importantes que marcaram a história da arquitetura brutalista brasileira e mundial, como:
1. Biblioteca Nacional Mariano Moreno (1961- Argentina – Clorindo Testa)
Crédito: Wikipédia
2. Geisel Library (1968 – Estados Unidos – William Pereira)
Crédito: San Diego Magazine
3. Banco de Guatemala (1966- Guatemala – José Montes Córdova e Raúl Minondo)
Crédito: Wikipédia
4. MASP (1968 – Brasil – Lina Bo Bardi)
Crédito: Arquitetura e Urbanismo Para Todos
5. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1966 – Brasil- João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi)
Crédito: Wikipédia
O que você achou desse estilo arquitetônico? É do time que considera essas construções pouco atraentes ou enxerga poesia nessas obras? Compartilhe sua opinião com a gente!
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Crédito da foto de capa: Hisour
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