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Arte acadêmica no Brasil: obras, artistas e sua presença até os dias de hoje

O Academicismo se faz presente na Europa desde meados do século XVI, a partir da fundação da Academia de Desenho de Florença, e é amplamente disseminado e esteticamente marcado pela Real Academia de Pintura e Escultura, fundada em Paris em 1648. Já a arte acadêmica no Brasil se inicia em 1816, com a fundação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios,.

A arte Acadêmica brasileira tem seu início por meio do incentivo da Missão Artística Francesa, que tinha como objetivo:

  • institucionalizar a produção artística;
  • criar um modelo padrão de formação.

A história da arte acadêmica no Brasil

O academicismo no Brasil, se consolidou como principal modelo de produção artística no país, sob incentivo de Dom Pedro II, que inaugurou a Academia Imperial de Belas Artes. Essa viria a se tornar, em 1931, a Escola Nacional de Belas Artes, em funcionamento até hoje como departamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A partir de seu surgimento, a arte acadêmica no Brasil dominou as artes plásticas nacionais, perdendo o lugar apenas para o Modernismo na chegada do século XX.

Leia mais: Semana da Arte Moderna de 1922: modernismo, artistas e obras

As academias ofereciam aos artistas uma formação padronizada, baseada no classicismo dos escultores gregos e pintores renascentistas, para os quais a finalidade estética não era a reprodução da realidade, mas sim a:

  • recriação de uma beleza ideal;
  • grandiosidade;
  • aproximação da perfeição.

Essa formação da história da arte na pintura acadêmica no Brasil  tira o artista do seu lugar-comum de artesão e passa a conferir a ele o status de intelectual, devido sobretudo ao seu extenso ensino teórico: geometria, anatomia, filosofia e história eram a base da formação dos artistas da arte acadêmica no Brasil.

Sendo, acima de tudo, uma forma de ensino, a arte acadêmica no Brasil teve início durante o período neoclássico e se apropriou de seu estilo, acompanhando em seguida as estéticas romântica, realista e simbolista que precederam o Neoclassicismo.

Embora venha sofrendo alterações dos movimentos artísticos contemporâneos, o conceito sobre o que é Academicismo ainda é o principal modo de ensino utilizado nos cursos de ensino superior de artes plásticas em todo o país.

Academicismo no Brasil e seus principais artistas

Alguns dos principais artistas acadêmicos brasileiros são:

Victor Meirelles de Lima (1832-1903) iniciou seus estudos aos 15 anos de idade na Academia Imperial de Belas Artes, partindo em seguida à Itália, para formar-se pintor. Mais tarde foi estudar na Real Academia de Pintura e Escultura de Paris, onde pintou sua obra mais famosa, “A Primeira Missa no Brasil”, exposta no salão de Paris em 1861.

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Fonte: “A Primeira Missa No Brasil”, de Victor Meirelles | Imagem: Wikipedia

Tal obra diz respeito à primeira missa católica assistida por índios, em uma das expedições civilizatórias portuguesas, conforme é descrita na carta de Pero Vaz de Caminha.

Com cores e traços mais suaves que os do estilo neoclássico, essa obra, que viria a ser considerada a primeira grande pintura acadêmica brasileira, denota as influências da estética purista francesa.

De volta ao Brasil, o pintor retratou “Moema”, a índia personagem do poema “Caramuru”, de Santa Rita Durão. Sua predileção por pintar motivos bíblicos e históricos o consolidou como um dos principais pintores históricos brasileiros. Retornou à Academia Imperial de Belas Artes, onde exerceu o cargo de professor até 1890.

Fonte: “Moema”, de Victor Meirelles | Imagem: Wikipedia

Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905) era de família humilde, mas sua aptidão para a arte desde a infância possibilitou sua mudança, aos 11 anos, para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II e, posteriormente, na Academia Imperial de Belas Artes.

Após sua formação na Academia, o próprio imperador Dom Pedro II concedeu ao pintor um patrocínio para que estudasse na Real Academia de Paris, onde foi formado por grandes nomes do neoclassicismo francês. Formou-se então doutor em Ciências Naturais em Bruxelas, e depois, ao voltar para o Brasil, passou a lecionar na Academia Imperial de Belas Artes.

Sua obra mais conhecida, “Independência ou Morte”, ilustra o momento em que Dom Pedro I teria declarado a independência do país, em 1822.

Pedro Américo pintava temas históricos e bíblicos, mas realizou também retratos importantes, como o de Dom Pedro II, hoje parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis.

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Fonte: “Independência ou Morte”, de Pedro Américo | Imagem: Alto Astral

José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), assim como seus predecessores, estudou na Academia Imperial de Belas Artes e, em seguida, em Paris, onde participou do Salão de Artistas franceses entre 1880 e 1882.

Apesar de ter tido formação academicista e utilizar de seus recursos técnicos, Almeida Júnior se distingue dos outros pintores da arte acadêmica brasileira por representar em sua obra o homem comum, a vida cotidiana, em contraste com a monumentalidade das representações da aristocracia, mais comumente presentes no movimento acadêmico neoclássico.

Por isso, é considerado por muitos críticos o pintor mais brasileiro da arte acadêmica no Brasil.

Os temas retratados em suas obras eram históricos, religiosos e, principalmente, regionalistas.

A temática regionalista, que até então não era explorada por pintores com tamanho nível de instrução técnica, está presente em seus principais quadros: “O Violeiro”, “Leitura”, e “Caipira Picando Fumo”.

Sua contribuição para as artes plásticas foi tão importante que hoje é celebrado o Dia do Pintor em 8 de maio, dia do nascimento de Almeida Júnior.

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Fonte: “Caipira Picando Fumo”, de Almeida Júnior | Imagem: Arteando

Sua obra já demonstrava sinais de superação da estética neoclassicista, que viria a dar espaço a novos movimentos que seriam, também, abrangidos pela arte acadêmica brasileira.

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