Expressionismo alemão: pintura, cinema e principais obras

O expressionismo alemão foi um movimento artístico surgido entre o final do século XIX e início do século XX, dentro do contexto das vanguardas europeias. 

O movimento está inserido na pintura, cinema, escultura e também na literatura. Bebendo da fonte do Impressionismo, o Expressionismo alemão tem como principais características:

• questionamento dos padrões de beleza vigentes;
• uso de formas abstratas;
• retratação de sentimentos tais como: angústia, medo e solidão;
• valorização da subjetividade (voltada para o interior e o isolamento do indivíduo);
• deformação da natureza e dos objetos para expressar sentimentos.

Veja a seguir como o foi o expressionismo alemão na pintura, no cinema e os principais obras dessa fase.

Expressionismo alemão no cinema

O expressionismo alemão no cinema segue a tradição da pintura. Com uma visão mais intimista, o objetivo é retratar os sentimentos humanos, suas angústias e seus medos. 

Na atuação cinematográfica traz muitos elementos do teatro como a dramaticidade intensa na atuação, uso marcado de maquiagem (como recurso de externalização dos sentimentos) e cenários abstratos e distorcidos, levando o espectador a uma atmosfera de sonho.

Vale lembrar que nos anos 1920, quando surgiram os primeiros filmes expressionistas na Alemanha, o cinema ainda era mudo. 

Portanto, para dar a carga dramática que se buscava, os filmes do expressionismo alemão abusavam dos jogos de luz e sombra e a câmera se comportava como um telespectador assistindo a tudo de forma passiva.

Na época, o eixo temático do expressionismo alemão no cinema tratava sobretudo de elementos de terror e fantasia que remetem a literatura fantástica e romântica. 

Há uma centralidade do tema do conflito entre o bem e o mal, com personagens caricatos representando sentimentos ou egocêntricos em busca e poder. Além disso, é abundante a presença de monstros e criaturas deformadas.

Alguns filmes famosos do expressionismo alemão no cinema são:

• Da Manhã à Meia-Noite de Karl Heinz Martin;
• O Gabinete do Dr. Caligari de Robert Wiene;
• O Golem de Gustav Meyrink;
• Nosferatu de F.W. Murnau.

Expressionismo alemão na pintura

Na pintura dois grupos de artistas compartilharam o desenvolvimento do expressionismo alemão na pintura: 

1. o Die Brucker (A Ponte) situado em Dresden; 
2. o Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul) localizado em Munique. 

Como um dos enfoques é a representação dos sentimentos mais íntimos, o expressionismo  alemão também conversa com a psicanálise de Freud que dava seus primeiros passos no início do século XX.

O expressionismo alemão na pintura tem como característica o uso intenso das cores na representação dos sentimentos (amor, ódio, medo, raiva). 

A técnica é violenta com pincéis e espátulas bem marcados na tela com explosões e empastamento de cores e formas.

Artistas e obras do expressionismo alemão na pintura

1. Edvard Munch

Pintor norueguês, Munch era inicialmente voltado para o Simbolismo e migrou para o Expressionismo sob a influência de Van Gogh. 

Suas obras retratam os aspectos mais angustiantes da experiência humana o que o torna um precursor do expressionismo alemão. Sua obra mais icônica é ‘O Grito’ de 1893.

Imagem: Reprodução.

Em uma passagem dos diários de Munch, datada de 1892, encontra-se uma passagem que pode sinalizar a inspiração para esta obra tão icônica:

“Estava a passear cá fora com dois amigos, e o Sol começava a pôr-se – de repente o céu ficou vermelho, cor de sangue – Parei, sentia-me exausto e apoiei-me a uma cerca – havia sangue e língua de fogo por cima do fiorde azul-escuro e da cidade – os meus amigos continuaram a andar e eu ali fiquei, de pé, a tremer de medo – e senti um grito infindável a atravessar a Natureza.”

Sebastian Cosor fez um curta metragem em 3D que retrata com perfeição a poesia contida na obra ‘O Grito’:

 

2. Franz Marc 

Marc foi um dos artistas do expressionismo alemão fundador do movimento Der Blauer Reiter, de Munique. Tinha a religiosidade como um dos aspectos mais marcantes de suas obras. 

Em seus quadros, as cores assumem uma importância que é a marca do expressionismo alemão. Um exemplo é a tela “O Sonho”, uma explosão cromática com destaque para o azul dos cavalos representando a masculinidade. 

Franz Marc morreu tragicamente atropelado por um ônibus durante a batalha de Verdun na I Guerra Mundial.

Imagem: Reprodução.

3. Ernst Ludwig Kirchner

Kirchner foi um pintor e o fundador do grupo de artistas Die Brücke (“A pontr”). O trabalho deste grupo levou ao que mais tarde se tornaria conhecido como expressionismo alemão.

Imagem: Reprodução.

Comprometido com a gravura durante toda sua carreira, fez mais de duas mil impressões em xilogravura, gravura e litografia. Adotou uma abordagem inovadora, imprimindo quase todos eles em pequenas edições, e muitas vezes obtendo efeitos únicos e não-ortodoxos.

4. Emil Nolde

Emil Nolde pode ser visto como um dos pioneiros da pintura expressionista alemã. Um dos primeiros membros do Die Brücke (“A Ponte”), Emil Nolde é considerado um dos mais importantes artistas alemães do século XX.

Mar de outono – Imagem: Reprodução.

Produziu 525 impressões, quase todas antes de 1926, principalmente gravuras não publicadas e xilogravuras em preto e branco. Muitas vezes usou litografia para experimentar cores, incluindo vários trabalhos monumentais impressos em numerosas variações de cores em 1913.

5. Hubert Roestenburg

Hubert Roestenburg tornou-se parte do movimento de pintura expressionista alemã do pós-guerra. Ele ganhou fama nacional como uma criança prodígio. Os críticos vêem-no como o suporte para o movimento de pintura expressionista alemã.

Imagem: Reprodução. 

Roestenburg preferia trabalhar em lugares abertos. Embora ele tenha pintado paisagens naturais e urbanas, ao longo de sua longa carreira também pintou muitos retratos e nus.

O expressionismo alemão tem um legado importante na arte e as obras e artistas são fascinantes!

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