Feres Khoury: da arquitetura à gravura

Entre a arquitetura e a arte, Feres Khoury consolidou uma carreira como gravador, arquiteto e professor. Em uma trajetória extensa, ativa até hoje, o artista permanece encantando com seus traços marcantes.

Continue lendo e conheça a carreira, as obras e a biografia de Feres Lourenço Khoury.

Feres Khoury: biografia

Feres Khoury nasceu em Urupês, na região noroeste do estado de São Paulo, em 1951. Seu pai era do Líbano e, sua mãe, filha de imigrantes desse país. Dessa forma, a vida do artista em seu princípio foi bastante influenciada pela cultura árabe.

Ele morou nessa pequena cidade até 1954. Logo, ele e sua família se mudaram para Catanduva. Foi nesse período que ele começou a exibir a sua vocação artística. Fez isso ao demonstrar interesse pelo desenho e pelo teatro, sendo o desenho um campo ainda explorado pelo artista que, ao esboçar seus traços em diferentes cadernos durante sua vida, fez uso das mais variadas técnicas.

O chamado para arte, iniciado em sua infância, se prolongou até a juventude do artista. Isso porque ele, com ainda 15 anos, já participava dos mais variados concursos relacionados à arte.

Assim, começou a explorar o campo artístico produzindo desenhos que apresentavam características cubistas, como a presença de figuras geométricas. No entanto, apesar de a arte fazer parte de sua vida de maneira intensa, o artista quis trilhar outros caminhos. Afinal, ainda era muito novo.

Desse modo, acabou demonstrando interesse por outros segmentos. Logo, inclinou-se para a arquitetura. Dessa forma, sua primeira formação foi na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), em 1979.

Vale destacar que na época da faculdade, durante a década de 1970, apesar de estar envolvido com seus estudos de arquitetura, a paixão pela arte, assim expressa pelo desenho, não havia sido abandonada. Logo, também nesse período, descobriu a arte da gravura.

Assim, combinando seu amor pela arte, arquitetura e, também, pelo ensino, ele tornou-se professor de diversas instituições de ensino como:

• a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP;
• a Faculdade de Design de Moda Santa Marcelina;
• a Universidade São Judas Tadeu, entre outras.

Como artista teve contato com figuras importantes e contemporâneas da época de sua formação como Renina Katz, Rubens Matuck e Sérgio Fingermann.

Feres Khoury também foi membro e fundador da Editora João Pereira junto com Rubens Matuck, Rosely Nakagawa e Luise Weiss – juntos tinham o objetivo facilitar o lançamento de gravuras originais em tiragens limitadas.

Algumas obras de Feres Khoury que foram publicadas pela editora são os álbuns:

• 11 Gravuras (1979); 
• 5 Litografias (1981); 
• Círculo das Coisas (1982);
• 5 Xilogravuras (1988) 
• Álbum Comemorativo (1989). 

Feres Lourenço Khoury expôs suas obras ainda durante a graduação em arquitetura, chegando até a Trienal Latinoamericana del Grabado (1974), realizada em Buenos Aires. Seu primeiro prêmio aconteceu em 1988 na 8ª Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba. 

Em 1991, o amor pela poesia e pela teoria literária o levou a estudar sobre o assunto na ECA, onde realizou seu mestrado e tem como orientadora a célebre Regina Silveira. Pouco tempo depois, defendeu sua tese de doutorado em poéticas visuais, na mesma instituição.

Feres Khoury: obras

As gravuras foram destaque nas obras de Feres Khoury e a base da sua produção. Também trabalhou com xilogravura e, depois, com a ponta-seca. A obra, a seguir, está no acervo da Laart. Clique aqui e conheça seus detalhes. 

Sem título (1996) | Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles

As obras de Khoury apresentam técnica e uma perfeição em seus desenhos sem igual.  Outros aspectos como variações de luz e sombra, e planos claros e escuros também são bastante explorados.

Sua produção é marcada basicamente por linhas, formas, espaços e ausência de cores. 

Vae Sole (1989) | Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

Na década de 1990, o artista passou a utilizar a ponta-seca com a qual definia melhor linhas e traços. 

Como resultado, destacam-se os desenhos de áreas quadriculadas, portas, círculos e ogivas. 

Albedo (1996) | Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

As linhas vazadas criam harmonia nas bases densas e aveludadas das telas, principalmente as pretas que podem representar traços geométricos ou curvilíneos com excelência. 

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Considerado um mestre nas gravuras em branco e preto e um dos mais emblemáticos gravadores brasileiros, a arte desse artista apresenta uma versatilidade inteligente e, ao mesmo tempo, criativa.

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Crédito da foto de capa: Flertai