O engajamento, a lucidez e o brilhantismo de Mário Gruber
Mário Gruber foi um artista plástico paulista que, entre pinturas, esculturas, gravuras e muros, fez de sua arte um musical. Autodidata, criativo e engajado, elaborou suas obras como um maestro que conduz uma sinfonia.
Com suas mãos como ferramenta, e usando técnicas que funcionavam como partituras, cada pincelada ou impressão que produzia equivalia a uma única nota.
Para conhecer a biografia, as gravuras de Mário Gruber e suas demais grandes obras, basta ler este post até o fim. Aproveite a sua leitura!
Trajetória de Mário Gruber: de Santos a Paris
Nascido em São Paulo, na cidade de Santos, em 1927, Mário Gruber desperta para a arte logo cedo, uma vez que dá suas primeiras pinceladas ainda na adolescência, aos 16 anos.
Três anos depois se muda para a capital do estado e ingressa na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde tem aulas com o escultor ítalo-brasileiro Nicola Rollo.
No ano seguinte, mais precisamente em 1947, com apenas 20 anos, recebe o seu primeiro reconhecimento como artista, ato simbolizado por meio de um prêmio por suas telas, que conquista na famosa exposição “19 Pintores”.
Nesta época, conhece e trabalha com alguns dos maiores e mais conhecidos nomes da arte brasileira: Cândido Portinari e Di Cavalcanti.
No mesmo período, mais especificamente em 1949, ganha uma bolsa de estudos para estudar em Paris, onde ingressa na Escola Superior de Belas Artes. Lá, tem aulas com o pintor e gravador expressionista francês Édouard Goerg.
Mário Gruber retorna a terras tupiniquins dois anos depois e, animado com seus estudos em gravura, funda o “Clube da Gravura” que, posteriormente, tem seu nome modificado para “Clube da Arte”.
O auge da carreira do artista-plástico
Até o fim da década de 1940, as obras de Mário Gruber são marcadas pelo expressionismo. Já nos anos 1950, a fase mais fértil e famosa da carreira do paulista, as gravuras de Mário Gruber se destacam, onde o realismo social e a elevada técnica se costuram e dão a luz a peças impressionantes.
O seu conhecimento artístico é tão elevado, que ele é convidado a transmiti-lo. Assim, leciona na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e no Museu de Arte Moderno de São Paulo.
Nesta época, além de gravuras, cria pinturas de caráter figurativo. Em suas telas, imagens do cotidiano e o dia a dia das metrópoles vem à tona de um modo bastante particular, em que elementos da imaginação do artista explodem em personagens fantásticos, os quais parecem dançar em suas obras repletas de cores vibrantes e contrastantes.
Suas peças são tão fortes que são comparadas aos trabalhos de alguns dos maiores artistas de todos os tempos: o pintor holandês Rembrandt van Rijn e o espanhol, especialista em retratos, Diego Velázquez.
O brilhantismo do artista é tanto, que chama a atenção de cineastas. No fim dos anos 1960, o artista é tema do documentário que leva seu nome. O curta recebe o prêmio de melhor do ano pelo Instituto Nacional de Cinema, o que acontece em 1966.
O mesmo se repete anos mais tarde, no começo da década de 1980, quando o premiado e icônico diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos homenageia o artista plástico santista com o curta: “A Arte Fantástica de Mário Gruber”.
Antes disso, em meados dos anos 1970, experimental e curioso, para criar novos tipos de arte e imagens, se foca em processos fotográficos, como a ampliação. Estudioso e ávido por conhecimento, realiza diversas pesquisas sobre as linguagens, narrativas e técnicas de televisão e cinema.
Nesse meio tempo, conhece o marido de Frida Kahlo, Diego Rivera, um dos mais importantes muralistas mexicanos. Inspirado em suas técnicas e obras, Mário Gruber pinta diversos murais, os quais transbordam em beleza e em conceito.
Com uma proposta de apresentar a história da política e social do Brasil, cria enormes obras públicas, as quais podem ser apreciadas em diversos pontos de São Paulo, como na Estação da Sé, no Aeroporto de Guarulhos e na Biblioteca do Memorial da América Latina.
Ao mesmo tempo que aborda novas narrativas e produz gravuras, murais e telas figurativas e abstratas, também mantém seu olhar voltado para os pontos mais tradicionais e clássicos da arte.
Em 1985, por exemplo, recria e reinventa telas do italiano Caravaggio e do francês Georges de La Tour e as expõem em uma exposição. Público e crítica se impressionam com a dramaticidade e os jogos de luz presentes em suas peças.
Já na virada para o século XXI, o artista, conhecido como um exímio colorista, ousa e surpreende mais uma vez. Faz isso ao expor em uma mostra uma série de obras monocromáticas.
Nessa exposição de 2000, as gravuras de Mário Gruber chamam ainda mais a atenção. Fica bastante claro como o artista plástico manejava, como poucos, a goiva e o buril.
Mário Gruber dá adeus à vida e à arte em 2011, quando, em decorrência de um câncer, falece aos 84 anos.
Principais gravuras e obras de Mário Gruber
Morro de Santa Terezinha (1947)
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
Arlequim (1952)
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
Colher (1974)
Crédito: Laart
Mural exposto na Estação da Sé (1978-1987)
Crédito: Wikiwand
Farol de Olinda (1979)
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
As telas e gravuras de Mário Gruber fazem parte de museus nacionais, como o MASP e de museus internacionais, como o Wisconsin State Museum College Union (Estados Unidos).
Você pode também encontrá-las em galerias, como na Laart!
A Laart é uma galeria de arte online especializada em gravuras que só trabalha com obras originais, assinadas e de tiragem limitada. Todas contam com certificado de autenticidade.
No acervo da galeria, há mais de 15.000 peças. Entre elas, estão as gravuras de Mário Gruber. Quer conferir o brilhantismo do artista e conferir os preços das obras de Mário Gruber? É só clicar aqui!
Crédito da foto de capa: Unicamp
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