Grupo Santa Helena: conheça a história do grupo de artistas brasileiros
O Grupo Santa Helena foi fundamental para a consolidação da arte moderna no Brasil. O grupo começou a se formar no início dos anos 1930, em São Paulo, e reuniu expoentes da arte nacional. Criado sem apego a conceitos e desprovido de fortes pretensões, boa parte de seus artistas tinha origem humilde, mas o talento de cada um deles, sem dúvida, era ostensivo.
Quer conhecer mais sobre a atuação do Grupo Santa Helena na arte brasileira e as suas obras? Continue lendo!
Grupo Santa Helena: história
O nome Grupo Santa Helena surgiu devido à localidade. Afinal, muitos artistas que fundaram esse grupo contavam com ateliês que se localizavam na Praça da Sé, no edifício do Palacete Santa Helena, em São Paulo, no ano de 1934.
Quem inaugurou o local foi Francisco Rebolo, que, até então, exercia sua arte por meio da decoração. Logo, ele se instalou na sala 231, um fato emblemático de sua vida, pois foi o que marcou o início de sua carreira como pintor.
Em seguida, para ocupar a sala 233, chegou Mário Zanini que, além de pintor, era professor, decorador e ceramista. Depois de Rebolo e Zanini, nos anos posteriores, uniram-se, ao grupo, outros artistas:
- Manoel Martins;
- Fulvio Pennacchi;
- Aldo Bonadei;
- Clóvis Graciano;
- Alfredo Volpi
- Humberto Rosa;
- Alfredo Rizzotti.
Com harmonia e de modo espontâneo e despretensioso, havia muita união entre os representantes do grupo. Nele, a troca de ideias era estimulada e também, é claro, a prática da arte. Assim, realizando constantes sessões de pinturas com modelos vivos, essas figuras emblemáticas se reuniam e decidiam juntas quais de suas peças seriam enviados para os salões.
Vale destacar que a sua não se restringia apenas às atividades exercidas no edifício. Isso porque os artistas também aproveitavam para transitar pelo subúrbio de São Paulo, onde realizavam sessões de pintura ao ar livre.
Em 1936, o grupo foi notado pelos pintores Paulo Rossi Osir e Vittorio Gobbis, artistas mais conhecidos e experientes no meio. Isso aconteceu por conta de uma mostra organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes que teve a participação do grupo. Esse foi o impulso que faltava para que os santaelenistas ganhassem notoriedade e fossem reconhecidos pela crítica especializada.
Características das obras do Grupo Santa Helena
Muitos historiadores e estudiosos da arte consideram um desafio caracterizar as produções do Grupo Santa Helena.
Segundo o crítico de arte Enock Sacramento, responsável pela curadoria das obras em comemoração aos 80 anos do Grupos Santa Helena, em 2016, os seus membros ocuparam uma posição interessante no cenário artístico brasileiro:
Em 1939, Mário de Andrade, um dos principais articuladores da Semana de Arte Moderna de 1922, se propôs a levantar algumas características do Grupo Santa Helena depois de conhecer um pouco os trabalhos desses artistas. Devido à origem social humilde e aos interesses em comum entre seus membros, Mário de Andrade os nomeou como “Artistas Proletários”, uma expressão que os incluiu dentro do movimento modernista.
Segundo ele, o grupo contava com as seguintes características:
- preocupação com o apuro técnico;
- volta à tradição do fazer pictórico;
- interesse pela representação da realidade concreta;
- origem proletária.
Em sua maioria, os santaelenistas se formaram em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Assim, as obras de artistas de movimentos europeus importantes, como o impressionismo, o novecento italiano e o expressionismo, chegavam aos santelenistas por meio de livros, revistas e, é claro, por exposições.
Obras do Grupo Santa Helena
Com o objetivo de retratar a realidade, os santaelenistas pintavam paisagens urbanas, natureza-morta, retratos, autorretratos e cenários de praias que visitavam em seus momentos de folga.
Confira, agora, algumas importantes obras do Grupo Santa Helena:
1. Mulher Ajoelhada, de Clóvis Graciano
Crédito: Brasil Artes Enciclopédias
2. Rua de Santo Amaro, de Alfredo Rizzotti
Crédito: Select Art
3. Paisagem, de Francisco Rebolo
Crédito: Laart. Foto de Joca Meirelles
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4. Sem título, de Alfredo Volpi
Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural
5. Cabaré, de Manoel Martins
Crédito: InfoArt SP
6. Ubatuba, de Humberto Rosa
Crédito: InfoArt SP
7. Família, de Fúlvio Pennacchi
Crédito: Brasil e Artes Enciclopédias
No fim da década de 1930, o grupo começou a se dissolver e os artistas passaram a atuar de forma individual. Entre seus representantes mais talentos, Alfredo Volpi foi o pintor que mais se destacou depois do término do grupo.
Quer saber mais sobre esse brilhante artista? Então, leia: “Vida e Obra de Alfredo Volpi: da 2ª fase do Modernismo às Bandeirinhas”.
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