rubem ludolf

Como o artista Rubem Ludolf fez parte do pioneirismo concretista no Brasil?

Desde garoto a arte encantava Rubem Ludolf, que se tornou um dos artistas pioneiros do movimento concretista e neoconcretista carioca e brasileiro.

Apesar do interesse pela arte, especialmente por formas geométricas e estruturas seriadas, Rubem Ludolf dedicou boa parte de sua carreira também à arquitetura, que denominava como “a arte do espaço”.

Saiba mais sobre as obras e trajetória de Rubem Ludolf, o pintor, arquiteto e paisagista que fez história no movimento artístico brasileiro junto com o Grupo Frente nos anos 1950.

Biografia de Rubem Ludolf

O artista Rubem Mauro Cardoso Ludolf, ou simplesmente Rubem Ludolf, nasceu em Maceió em 1932 e faleceu em 2010.

No início de sua carreira era autodidata, até se juntar ao curso livre de pintura de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nos anos 1950. Segundo o artista, “desde garoto que eu sentia aquela atração por desenho, pintura, daí eu ficava vidrado quando passava na vitrine de uma papelaria”.

Ao longo da sua carreira, foi pintor, arquiteto e paisagista. Formou-se pela Escola Nacional de Arquitetura, em 1995, pela então Universidade Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Apesar de tudo, o artista não abandonou a profissão pela qual se graduou, que de acordo com ele era a “arte do espaço”.

Entre 1954 e 1990, atuou como arquiteto por meio do serviço público, enquanto investia paralelamente em sua carreira de artista plástico, no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Neste trabalho, dedicou-se especialmente ao paisagismo.

No campo artístico, participou do Grupo Frente em 1955, composto também por Lygia Clark, Ivan Serpa, Lygia Pape, Aluísio Car­vão, Abraham Palatnik, Décio Vieira, Vincent Iberson, João José da Silva Costa, Carlos Vai, César Oiticica, Hélio Oitici­ca, Elisa Martins da Silveira e Franz Weissman.

Esse grupo buscava a liberdade de criação e experimentação em diferentes linguagens, geometrias e cores. Junto com os colegas participou da 3ª Bienal de São Paulo, em 1955.

Entre os principais eventos nacionais e internacionais que participou estão:

  • 3ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão das Nações (1955 – São Paulo);
  • 5ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (1959 – São Paulo);
  • 2ª Bienal de Paris, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (1961 – Paris/França);
  • 6ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (1961 – São Paulo);
  • 8ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal (1965 – São Paulo);
  • 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas – prêmio aquisição (1966 – Salvador/BA);
  • 9ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal – prêmio aquisição (1967 – São Paulo);
  • 12ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal (1973 – São Paulo);
  • 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul (2005 – Porto Alegre/RS);
  • 6ª SP-Arte, Fundação Bienal (2010 – São Paulo).

Foram 20 exposições individuais ao longo da carreira, em cidades como São Paulo, Santos e Rio de Janeiro, e mais de 70 exposições coletivas das quais participou, nacionais e internacionais, em locais como Paris e Houston.

A sua última exposição individual foi realizada em 2010, na Caixa Cultural, na qual sua obra reunida foi exibida.

Na curadoria de sua exposição na Caixa Cultural, destaca-se que a “exposição traz ao público um vasto panorama de sua carreira, cujas raízes, entrelaçadas aos caminhos da arte abstrata e concreta no Brasil, fizeram florescer um rigoroso pensamento plástico. Nos noventa trabalhos que a compõem, entre estudos, guaches, pinturas e caixas de acrílico, ressalta-se a singularidade de um pintor que, ao longo de todo seu percurso, manteve a coerência de suas questões”.

O pioneirismo de Rubem Ludolf na arte concreta brasileira

Na década de 1950, suas obras estão conectadas ao movimento da arte concreta no Brasil. As artes têm como base figuras abstrato-geométricas e estruturas seriadas. Na década seguinte, esse giro concretista foi substituído por pinturas que constroem tramas de cor.

De acordo com o artista, essa mudança se deu porque o grupo sentiu que “havia saturado um pouco aquela coisa rígida, aqueles conceitos de concreto e não concreto, e eu senti necessidade de fazer um outro tipo de trabalho”.

Além disso, Rubem Ludolf afirmou que “numa das bienais que eu visitei eu me senti influenciado por um artista italiano, Dorazio, que fazia um trabalho que consistia numas tramas e foi por aí que eu enveredei. Mudei minha pintura radicalmente, comecei a fazer uma coisa menos rígida, mais gestual, fiquei algum tempo nesse trabalho até que, no final de 1987, voltei à rigidez”.

Ao longo da sua trajetória como artista, Rubem Ludolf explorou estruturas seriadas, ritmo e efeitos óticos, superposição de planos e a estrutura dada pela linha. Por tudo isso, e por sua participação vanguardista no Grupo Frente é considerado um dos principais nomes da arte neoconcreta brasileira.

Prova disso é a sua participação na primeira exposição nacional de arte concreta, em 1956, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que no ano seguinte foi apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, reunindo artistas visuais e poetas.

Essa exposição foi inovadora por reunir textos poéticos com pinturas, desenhos, esculturas e gravuras em um espaço que era tradicionalmente destinado apenas às artes plásticas no Brasil.

6 principais obras de Rubem Ludolf

As imagens das obras de Rubem Ludolf refletem tanto o período concretista quanto o neoconcretista brasileiro. Conheça as principais abaixo.

Op Dourado

Op dourado - Rubem Ludolf

Crédito: Laart – foto de Joca Meirelles

Sem título (1958)

Sem título (1958) - Rubem Ludolf

Crédito: WikiArt

Concretista

Concretista - Rubem Ludolf

Crédito: Laart – foto de Joca Meirelles

Sem título (1972)

Sem título (1972) - Rubem Ludolf

Crédito: WikiArt

Quadrado

Quadrado - Rubem Ludolf

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Sem título (1986)

Sem título (1986) - Rubem Ludolf

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

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Crédito da foto de capa: Arte é investimento

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