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Anna Bella Geiger: conheça a biografia e obras da artista

Anna Bella Geiger é gravadora, escultora, pintora, desenhista, artista intermídia e professora brasileira. Sua trajetória artística faz a ponte aérea Rio de Janeiro-Nova York onde Anna estudou e lecionou em diversas instituições de arte renomadas.

Vamos conhecer mais da biografia e da carreira de Anna Bella Geiger nos próximos tópicos. Continue lendo!

Anna Bella Geiger: biografia

A artista Anna Bella Geiger é natural da cidade do Rio de Janeiro. Seus estudos artísticos começaram em 1950, no ateliê de Fayga Ostrower (1920-2001).

Em 1954, muda-se para Nova York (EUA) onde fez aulas de história da arte no The Metropolitan Museum of Art (MET) com Hannah Levy  e, como ouvinte, na New York University.

Depois de cinco anos fora, em 1960, Anna Bella Geiger volta ao Brasil, mais precisamente para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde fez parte do ateliê de gravura em metal e também lecionou como professora.

No final da década de 60, Geiger retornou a Nova York para lecionar na Columbia University durante um ano, retornando ao Brasil em 1970.

Anos depois, em 1982, conquistou uma bolsa de estudos na John Simon Guggenheim Memorial Foundation, o que a levou de volta para Nova York.

Marcando sua carreira acadêmica, além de sua criação de obras artísticas, publica em 1987, junto com Fernando Cocchiarale, o livro ‘Abstracionismo Geométrico e Informal: a vanguarda brasileira nos anos cinqüenta’.

O talento de Anna Bella Geiger se expressou em diversas obras de arte nas décadas seguintes e permanece até hoje.

A artista utilizou novos materiais em suas criações como formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas por encáustica. Suas obras eram um misto de pintura, objeto e gravura.

Anna Bella Geiger: estilo e obras

A obra de Anna Bella Geiger é conhecida pela utilização de linguagens variadas e testes com novos materiais e suportes como:

  • fotomontagem;
  • fotogravura;
  • xerox;
  • vídeo;
  • Super-8, dentre outros.

Geiger se aproximou bastante do abstracionismo informal, período no qual ela se dedicou completamente à gravura, e passou a desenvolver uma figuração de base abstrata.

Na década de 1960, as obras de Anna Bella Geiger foram consideradas pela crítica como sua “fase visceral”, sob a influência dessa nova figuração.

Essa fase antecedeu a utilização da cartografia em suas criações, que tinham como conceito principal o questionamento da noção de limites culturais definidos por fronteiras geográficas.

Um exemplo desse conceito é a discussão em torno da existência de uma “cultura brasileira” comum a todos os habitantes do país.

Na década de 1970, Anna Bella Geiger buscou novos meios de expressão, além das gravuras. Assim, em caráter experimental, Geiger usa outras mídias como fotogravura, fotografia clichê, fotomontagem, serigrafia, xerox, cartão-postal, vídeo e Super-8.

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CIRCUMAMBULATIO, vídeo produzido com os alunos do curso de artes visuais do MAM/RJ. A obra mostrava a aproximação de Geiger à época da arte conceitual.

Estimulada pelas questões levantadas pela arte conceitual e o momento político da época, Anna passa mostrar em seus trabalhos sobretudo questões relativas à identidade e cultura nacional, ao local do artista na sociedade, à constituição do meio de arte no Brasil e sua posição no mundo.

Algumas obras desse período são:

  • A série Brasil Nativo/Brasil Alienígena (1977): são nove cartões-postais com cenas do cotidiano da vida indígena. Nela a cultura nacional é mostrada como resultado de tensões, continuidades e descontinuidades, negando a ideia de uma unidade cultural orgânica.
  • As séries O Pão Nosso de Cada Dia e Local da Ação: são cartografias com forte  caráter irônico com o objetivo de criar uma verdadeira “topografia da arte”, e ao mesmo tempo problematizar as delimitações (culturais, políticas, sociais) indiciadas por fronteiras e limites.
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“O pão nosso de cada dia” (1978).

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Local da Ação nº 1 (1979) | Reprodução fotográfica Vicente de Mello.

  • A série Píer & Ocean (1985): marca a fase de pinturas de Anna Bella Geiger com uma reavaliação crítica da história da pintura e dos signos de seus trabalhos anteriores.
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Pier & Ocean I (1985) | Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz.

  • A série Fronteiriços: as formas cartográficas aparecem novamente vazadas em metal dentro de caixas de ferro ou gavetas de mapotecas preenchidas por encáustica.
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Orbis Descriptio nº7 (1995) | Reprodução fotográfica Sérgio Zalis.

As séries de obras acima representam um misto entre gravura, pintura e objeto, uma síntese perfeita que atualizam suas séries anteriores.

Nos anos 2000, o interesse de Anna Bella Geiger se volta naturalmente para as novas tecnologias utilizando o vídeo em associação com a gravura (clichês de metal) e arquivos de ferro na instalação Indiferenciados (2001).

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Indiferenciados 2 (2001) | Reprodução fotográfica Wilton Montenegro.

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