Op Art no Brasil: conheça os artistas brasileiros desse movimento
O termo Op Art vem do inglês optical art, e significa arte óptica. Uma das principais características das obras artísticas desse movimento é o efeito de ilusão de ótica criado pela peças que “brincam” com o olhar do espectador, trazendo diversas perspectivas.
O húngaro Victor Vasarely é considerado um dos grandes representantes da Op Art no mundo e suas obras se destacaram nos anos 1930. O artista foi influenciado pela arte cinética, construtivista e abstrata e pelo movimento de Bauhaus.
Sua obra a Zebra (1938) é composta inteiramente por listras diagonais em preto e branco e curvadas de tal modo que dão a impressão tridimensional de ser uma zebra sentada. Uma arte marcante e sempre lembrada quando se fala em Op Art.
O expressão Op Art foi usada pela primeira vez na revista Time, em outubro de 1964. Embora já houvessem trabalhos produzidos anteriormente que hoje poderiam ser descritos como Op Art.
Em 1965, foi realizada a primeira exposição de Op Art, em Nova York, chamada ‘The Responsive Eye (O Olho que Responde)’. A mostra era composta 100% por trabalhos de Op Art.
Essa exposição popularizou a Op Art que se espalhou por diversas áreas, inclusive comerciais.
A Op Art também teve influência nos artistas nacionais. Vamos conhecer alguns nomes marcantes no cenário na Op Art no Brasil.
Opt Art: principais artistas brasileiros
A premissa da Op Art estava toda centrada no olhar do espectador. Pode ser definida pelo conceito de “menos expressão e mais visualização”. As características do movimento são:
- Tridimensionalidade;
- Efeitos óticos e visuais;
- Movimento e contraste de cores;
- Tons vibrantes (principalmente preto e branco);
- Formas geométricas e linhas;
- Observador participante;
- Estilo abstrato.
Mesmo com o rigor com que suas formas são construídas, as obras de Op Art simbolizam um mundo mutável e instável, que não se mantém o mesmo nunca.
A Op Art no Brasil tem nomes expressivos entre os quais destacamos os artistas Ivan Serpa, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto e Israel Pedrosa.
Ivan Serpa (1923-1973)
É um pintor, gravador, desenhista, professor e um dos artistas brasileiros da Opt Art. Começou a pintar no início dos anos 40 trabalhos figurativos com pouca preocupação temática.
Desde o início do seu trabalho nas artes, Serpa se identificava com a estrutura da composição e pelo ritmo das formas.
A partir da década de 50, com a obra ‘Formas’ que ressalta os aspectos da abstração geométrica ganhou o título de Melhor Pintor Jovem na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Depois, aderiu de vez ao concretismo com obras criadas com formas geométricas e planas, organizadas matematicamente.
Como professor do MAM/RJ criou junto com alunos e outros artistas do Rio de Janeiro, como Abraham Palatnik e Franz Weissmann, o Grupo Frente, entre 1953 e 1954.
Nos anos 1960, já tendo como referência mais direta a Op Art, começou sua série Op Erótica. Um trabalho marcado pelo retorno à linguagem construtiva, construção geométrica e os elementos bem definidos – características da op art.
Além da Op Erótica, outras de suas principais obras foram a série Mangueira e Amazônicas (1968), as obras Arcas e as obras Geomânticas (1972).
Op Erótica (1971).
Lothar Charoux (1912-1987)
O austríaco Lothar Charoux também marcou a Op art no Brasil. Ele foi pintor, desenhista e professor durante sua carreira. Veio para o Brasil em 1928, onde fixou residência em São Paulo.
Seus estudos artísticos começaram ainda na Áustria com seu tio, o escultor Siegfried Charoux. No Brasil, foi aluno do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde também lecionou. Suas primeiras obras foram marcadas por pinturas de paisagens e retratos.
No final da década de 40 e início dos anos 50, o seu interesse começa a se voltar para questões construtivas.
Charoux foi um dos artistas fundadores do Grupo Ruptura em 1952, ao lado de outras figuras artísticas nacionais como Geraldo de Barros e Waldemar Cordeiro. Outra iniciativa que teve sua participação foi a Associação de Artes Visuais Novas Tendências, em 1963.
Seus trabalhos são marcados por uma série de desenhos negros, nos quais explorou a oposição gráfica do traço branco com relação a uma superfície negra, promovendo seu valor luminoso.
Charouz buscava propiciar uma tensão entre figura e fundo, por meio de formas geométricas vazadas, que cortavam o plano em diferentes direções.
Composição (1959) | Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural.
Israel Pedrosa (1926-2016)
A artista mineiro do Alto Jequitibá, Israel Pedrosa, também marcou o caminho da Op Art no Brasil.
Sua trajetória artística começou ainda na adolescência quando começou a estudar pintura com Ferrucio Dami, em Juiz de Fora/MG.
Entre 1942 e 1947 morou no Rio de Janeiro. Foi aluno do famoso pintor Cândido Portinari. Depois de servir na Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial, foi bolsista na Escola de Belas Artes de Paris, de 1948 a 1950.
Na década de 1960, fixou residência em Niterói, e trabalhou na Universidade Federal Fluminense, onde ajudou a começar os trabalhos com História da Arte.
Um dos seus estudos mais conhecidos era sobre a “cor inexistente” que, segundo o próprio Pedrosa, significava “uma cor complementar produzida pela ação dos contrastes de várias gamas de uma cor primária, levadas ao paroxismo”.
Ganhou o Prêmio Thomas Mann, em 1973, enquanto morou na Alemanha. Em 1977, publicou o livro “Da cor à cor inexistente”. Em 1978, foi indicado como representante do Brasil no Salão do Livro de Montreal, no Canadá, pelo Ministério das Relações Exteriores.
Ao longo de sua carreira, realizou cursos e conferências no Brasil e no exterior (França, Bélgica, Hungria, Alemanha e México).
Cores Nacionais (1978) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
Luiz Sacilotto e suas obras de Op Art
Luiz Sacilotto foi um dos precursores da Op Art no Brasil e era pintor, escultor e desenhista.
Começou seus estudos de arte em 1938 na Escola Profissional Masculina do Brás e participou ao longo de sua carreira de movimentos artísticos importante como a exposição 4 Novíssimos, o Grupo Expressionista, o Grupo Ruptura e a Associação de Artes Visuais Novas Tendências.
Sacilotto é considerado um dos artistas mais expressivos da arte concreta no Brasil. Suas obras exploram os fenômenos ópticos característicos da Op Art.
Na obra Estruturação com Elementos Iguais (1953), Sacilotto alinha em diagonal pequenos quadrados pretos e brancos, sobre fundo azul. O conjunto de elementos, pela disposição e variação das cores em que são apresentados, nos dá a sensação de que pulsam ao olhar.
Estruturação com Elementos Iguais | Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
Já na série de obras ‘Concreção 5521’ (1955), são apresentados quadrados justapostos, em branco, cinza e preto, cortados por linhas paralelas, brancas e pretas.
Concreção (1955) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
O ritmo do quadro é dado pelos intervalos regulares formados pela alternância das cores e linhas, com base em regras de simetria e na inversão positivo-negativo.
Outro exemplo de obras da Op Art é Concreção 7553 (1975), onde os módulos são expandidos ou contraídos, de maneira a criar volumetrias visuais, geram ilusões de curva e profundidade.
Concreção 7553 (1975) | Reprodução fotográfica autoria desconhecida.
Em sua produção, as cores destacam ou suavizam a geometria dos elementos. Sacilotto selecionava cuidadosamente a coleção de pigmentos, classifica e enumerava as gradações.
O artista chegou a reunir um catálogo de mais de 300 tons que incluíam desde o terra até azuis e verdes.
O Op Art no Brasil tem um legado bastante significativo e obras muito marcantes como pudemos ver. E já pensou em ter uma na sua casa?
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