Aos sete anos de idade, em 1935, Arthur Luiz Piza sofreu um acidente que o afastou da educação tradicional e o isolou do convívio com outras crianças. É quando, num livro, conhece Van Gogh e, ao começar a reproduzir as pinturas, decide que a arte era o caminho que queria trilhar.
Considerado, hoje, como um dos gravuristas mais importantes do mundo, Piza começou seus estudos no ateliê de Antonio Gomide, em 1943, onde aprendeu pintura e afresco. Seus talentos na pintura o levaram, aos 23 anos de idade, a expor na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Depois da exposição, decide se mudar para Paris, onde morou até o final de sua vida, mesmo que nunca deixasse de lado o cenário brasileiro.
Na França, para sobreviver sem a dependência de galeristas e marchands, Piza se aventurou no mercado de múltiplos – uma maneira mais democrática de difundir seu trabalho, com a ajuda apenas de editores. Assim, começou a frequentar o ateliê de Johnny Friedlaender, onde aperfeiçoou suas técnicas de calcogravura, como a água-forte, talho-doce, água-tinta e ponta-seca. Suas primeiras matrizes em cobre, se aproximam do estilo de Paul Klee e de seu professor, Friedlaender, ainda em estilo figurativo. E, rapidamente, já chamou a atenção dos editores. Durante essa década, também, Piza voltou a expor nas bienais internacionais de São Paulo e recebeu o prêmio “Aquisição”, em 1953, e o Grande Prêmio Nacional de Gravura, em 1959.
Além da produção de gravuras, Piza se tornou um figura importante na comunidade latino-americana na Europa, período onde muitos artistas enfrentavam lá o exílio das ditaduras militares. Ajudava alguns a conseguir emprego e os apresentava ao meio e chega a criar, junto ao argentino Julio Le Parc, o Espaço Latino-Americano, uma congregação política, que recebe a participação de artistas como Roberto Matta, Luis Tomasello, Horacio Garcia Rossi, entre outros.
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