Anna Maria Maiolino nasceu na Itália em 1942, mas logo, com doze anos, veio para a América Latina. Devido a escassez gerada pela guerra, a família Maiolino se mudou para Venezuela. Em Caracas, Maiolino, que era a mais nova de dez irmãos, começou a estudar desenho na Escuela Nacional de Bellas Artes Cristóbal Rojas. Mas em 1960, junto a família, agora com 18 anos, se mudou novamente e veio para o Brasil. E, no Rio de Janeiro, frequenta o curso de xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), além de fazer aulas de gravura com Adir Botelho e frequentar o ateliê de Ivan Serpa.
Ainda jovem a arte – e o desenho – era uma maneira de ela criar uma dimensão pessoal, um refúgio, onde, mesmo retratando o invisível e o metafísico, Maiolino consegue manter o racionalismo: seus trabalhos, não como indicam alguns críticos, não são de cunho surreal e da simbologia do inconsciente, mas sim exercícios na percepção do inconsciente na realidade material.
Nesse primeiro momento, Maiolino olhava para um tema considerado, à época, “banal”: o cotidiano, o cenário íntimo da vida das mulheres. Em cenas domésticas, ela usa do corpo, fragmentado e reconstruído, para falar da condição humana. Além do mais, a arte brasileira naquele momento buscava voltar às próprias raízes e, Maiolino, que era xilogravurista usa de elementos do cordel em seus trabalhos.
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