Biografia de Carlos Scliar: marcos da vida e das obras do artista brasileiro
Carlos Scliar (1920 – 2001) foi um importante artista brasileiro, se tornando um nome forte no cenário da arte moderna do Brasil, até os dias de hoje. Mesmo com uma produção que começou ainda na infância apenas nos anos 1960, Carlos Scliar passou a se sustentar exclusivamente com sua produção artística.
Ex-aluno do pintor Gustav Epstein, com quem estudou em 1934, as obras de Carlos Scliar variam de gravuras, pinturas em vinil e colagens. Como profissão respondia como pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico.
Vida e obra de Carlos Scliar
Retratos, paisagens e naturezas-mortas, formam grande parte da coleção de obras de Carlos Scliar, um artista que teve seu início na arte figurativa e caminhou rumo à arte abstrata, principalmente nas duas últimas décadas de sua produção.
Fonte: Carlos Scliar – Berinjelas, etc III | Acervo da Galeria online Laart. Foto de Joca Meirelles
Fonte: Auto-Retrato (1940) | Reprodução Fotográfica Jefferson Silva | Acerv Itaú Cultural |
Para entender a vida e obra de Carlos Scliar retomamos ao ano de 1940, quando, em São Paulo, o artista realizou sua primeira exposição individual. Nesse mesmo período o artista se reuniu ao grupo Família Artística Paulista, participando do 46º Salão Nacional de Belas Artes SP.
Poucos anos depois, em 1944, já no Rio de Janeiro, Scliar realizou o documentário “Escadas”, no qual narra a vida e obra dos também artistas Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva.
Entretanto, em 1944, foi convocado pela FEB para a II Guerra Mundial, onde esteve até 1945. Ao contrário do que se possa imaginar, a obra de Carlos Scliar não parou de crescer, mesmo no período de guerra. O artista se manteve ativo, se dedicando aos desenhos. Com traços limpos, os desenhos dessa época foram reunidos no que foi chamado de Caderno de Guerra de Carlos Scliar, publicado quase 25 anos depois, em 1969.
Fonte: O Buquineiro
Após a Guerra, um período bastante significativo para Carlos Scliar foi o tempo que morou em Paris, por volta de 1947. Além de publicar um álbum com as ilustrações da edição francesa do livro Seara Vermelha, escrito por Jorge Amado (1912-2001), também estudou gravura na Ecole des Beaux-Arts e conheceu Leopoldo Mendez – importante artista gravador mexicano. Ainda nesse período trabalhou como ilustrador dos periódicos Cahiers d’Art e Les Lettres Françaises.
Quando voltou para o Brasil, em 1950, Carlos Scliar participou de atos contra o governo de Getúlio Vargas, começando o período de atuação política mais ativa em sua história.
Também neste período, morando em Porto Alegre, integrou o Clube da Gravura da capital gaúcha e se fortaleceu como um dos nomes mais relevantes para essa expressão da arte, no Brasil.
As gravuras da série Estância, se tornaram representantes desse período que durou cerca de 5 anos. Nessa fase, Scliar se dedicava a aplicação da técnica de linoleogravura. Em 1956, a coleção se transformou em um álbum homônimo com 5 gravuras. Com elementos como paisagens rurais e a vida humana, mais uma vez as obras de Carlos Scliar apresentam sua vocação para o chamado “real imediato”.
Fonte: Carroça com Aperos (1953) | Acervo ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras | Reprodução Fotográfica Jefferson Silva
A temporada em Porto Alegre tem fim, e, a partir de 1956 o artista passa a viver no Rio de Janeiro. Entre os projetos desenvolvidos na cidade maravilhosa, Scliar foi consultor plástico do filme “Orfeu da Conceição”, a convite de Vinícius de Moraes.
Além do cinema também se dedicou às edições impressas, como a revista “Senhor”, da qual foi diretor de arte.
Já no final da década de 1950, Scliar começa a se dedicar ao uso da cor e à volta da colagem como elementos de pesquisa em pintura. Esse projeto seria seu guia por quase 30 anos, de 1960 a 1990.
Dois importantes momentos da biografia de Scliar estão na década de 1960:
- a fundação da editora Ediarte, em 1962, em parceria com Gilberto Chateaubriand, José Paulo Moreira da Fonseca, Michel Loeb e Carlos Nicolaievski;
- a realização de seu primeiro painel público, que aconteceu no Banco Aliança, na Praça Pio X, no Rio de Janeiro, em 1966.
O artista também manteve sua produção em guache e vinil encerados, com a representação de paisagens e natureza-morta, mantendo seu aspecto de experimentação.
Fonte: Cadeira (1963) | Acervo ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras | Reprodução Fotográfica Jefferson Silva
Em 1970, é realizada uma retrospectiva das obras do artista, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com cerca de 800 obras expostas.
Entre as últimas exposições realizadas por Carlos Scliar ou em sua homenagem, estão:
- 1991: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, uma retrospectiva sobre a obra de Scliar;
- 1997: SESC Copacabana, Rio de Janeiro, retrospectiva da obra gráfica do artista;
- 2000: Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, mostra comemorativa de 80 anos;
- 2001: Pinacoteca do Estado de São Paulo, edição paulista da mostra comemorativa de 80 anos;
- 2003: Fundação Arpad Szenes/Vieira da Silva, Lisboa, Portugal.
As obras de Carlos Scliar estão organizadas em museus e galerias, e recebem o devido destaque por sua contribuição para o desenvolvimento da gravura e temáticas tão perfeitamente trabalhadas.
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